Fernanda Abreu foi uma das 11.392 pessoas a ser pega pela fêmea do mosquito Aedes Aegypti, com o vírus da chicungunha, somente neste ano. A pessoa costuma ficar com os sintomas por até 10 dias, mas as dores nas articulações podem se estender por meses. Foi o que aconteceu com a artista, que teve de cancelar shows e gravações. Fernanda está fazendo tudo que está à mão para retomar a turnê de “Amor Geral”, com o próximo show, no dia 11 de junho, no Teatro Riachuelo.
Em outubro, ela sobe ao palco do Rock in Rio, em homenagem aos 40 anos do funk carioca. E, em 2020, comemora 30 anos de carreira com planos de uma turnê com muita saúde e suingue! Os mosquitos de nomes exóticos não atingiram em nada seu talento, que fique claro! Com seu espírito vibrante a cada declínio do sol, nossa cantora estará melhor.
Fernanda Abreu X chicungunha é um relacionamento sério? Como se deu até chegar à conclusão sobre a doença?
Esse mosquito é uma praga! Desde o dia 25 de março, senti os primeiros sintomas e fui parar no hospital! Fiz o exame e, depois de 10 dias foi confirmada a chicungunha.
O que mudou até aqui e o que ainda vai mudar?
Tive que adiar cinco shows e várias entrevistas e gravações. Achei que era uma doença tipo dengue, que, em 10 dias, estaria bem, mas completei dois meses e continuo sentindo muitas dores articulares.
O que é pior em ter a vida paralisada por um mosquito?
Nada é pior!
Qual o tamanho do prejuízo como pessoa e como artista?
Felizmente, os contratantes de shows compreenderam a situação diante dos atestados médicos, exames e especialmente confiança; assim, pude remarcar os shows. Retomei alguns compromissos em maio, mas foi bem cansativo; além de muitas dores, a gente fica sem energia. Como é uma doença inflamatória, seu corpo fica 24 horas tentando debelar o “inimigo”, e a disposição vai pro espaço. Mas estou muito melhor agora, restando apenas essas dores nas articulações, que, pelo que os médicos me falaram, ainda vai demorar um tempo pra eu ficar 100%.
Qual a relação da chicungunha com o “paraíso da beleza e do caos”?
Toda! Estamos vivendo um dos piores momentos do Rio. Estamos vendo a cidade totalmente abandonada em todas as áreas! Viadutos caindo, despreparo e falta de investimento em áreas fundamentais, como saúde, educação, transporte, moradia, saneamento básico, infraestrutura, tudo! Veja o que passamos nessas chuvas, em Muzema, nessas epidemias de chicungunha e dengue. Uma loucura! Acho um pecado uma cidade espetacular como o Rio estar passando por isso. Uma lástima!
Que dicas de proteção você deixa, já que a doença avança a toda no Rio, com risco de epidemia?
Minha dica é usar repelente o tempo todo, porém o mais importante e exterminar o mosquito, acabar com essa praga. Não podemos deixar que o mosquito se reproduza. Acabar com os criadouros.
Sendo uma pessoa pública, pretende cobrar investimentos nessa área?
Simmmm! Além de chateada de ter sido picada por esse mosquito, fiquei revoltada como ainda estamos expostos a esse tipo de doenças. Tenho falado constantemente sobre isso. Não apenas investimentos objetivos na eliminação de criadouros de mosquito transmissor dessas doenças horríveis, como também investimentos em campanha de esclarecimento à população de como cuidar de sua própria casa pra que possamos eliminá-lo. E em campanhas também, esclarecendo sobre as doenças, seus sintomas, diagnóstico, possíveis tratamentos, sequelas etc. Confesso que, apenas quando fui diagnosticada com chicungunha, comecei a ler sobre a doença e me informar — não tinha ideia de que era uma doença tão horrível e com sequelas tão agressivas e uma possível cura tão demorada.
Quais seus próximos passos?
Este ano, sigo com a turnê “Amor Geral”, que está indo maravilhosamente bem. Meu próximo show é aqui no Rio, dia 11 de junho (véspera do Dia dos Namorados), no Teatro Riachuelo, às 8 da noite, com participação de Letrux e Focus Cia. de Dança. Vai ser lindo! Em outubro, participo do Rock in Rio, Palco Sunset, numa homenagem aos 40 anos do Funk Carioca, ao lado da Funk Orquestra, Ludmilla e Bochecha e, até o final do ano, sigo fazendo shows. Em 2020, completo 30 anos de carreira solo; meu primeiro disco solo foi lançado em 1990. Estou muito feliz de ter conquistado uma carreira tão longeva; então, minha ideia é montar um novo show-turnê comemorativo e cheio de suingue.