O senso comum sempre diz que é abençoado aquele que tem uma morte de infarto, derrame, qualquer coisa que aconteça repentinamente, sem dor. Que esse fim é excelente para quem vai e não muito ruim para quem fica, porque a dor é de uma vez só. Já as mortes por doença são uma agonia prolongada. Um sofrer quase sem fim. “Guerra Doce ” conta uma história de doença, mas transforma essa tristeza em pura emoção.
De autoria de Edu Porto, também ator, com William Vita (que também dirige) e Babi Xavier, baseada em uma história real, “Guerra Doce” trata da vida de três pessoas completamente diferentes. André estuda filosofia, pinta quadros, descolado e leve, tem uma vida mais liberada. Gustavo, um empresário bem sucedido, conservador, acaba de ser traído por sua esposa. Carol canta na noite para pagar a faculdade e é apaixonada por André. Um encontro inesperado em um bar na final da Copa do Mundo de 1994 muda o rumo da vida dos três.
“Meu primeiro espetáculo propõe uma reflexão sobre como lidamos com o amor nos tempos atuais. Como ele se evidencia nas mais diversas formas de relação, nos momentos mais difíceis e desafiadores das vidas das pessoas,” diz Edu Porto, cuja atuação transmite verdadeira emoção nas diversas fases por que passa o seu personagem no espetáculo.
Ambientada na década de 90, a utilização de vídeos torna-se um elemento facilitador para mostrar a passagem de tempo. Mas o que muda, o que transforma não é o corpo, nem a mentalidade. Impactados pelo sofrimento, os personagens vão se mostrando novas pessoas, mais comprometidas , vencendo o sofrimento e entendendo que a vida pode ser uma guerra. Desde que seja doce.
Serviço:
Espaço Britannia
Sábado às 21h
Domingo às 20h