É filho de ministro, mas não quer saber de política – tem bom senso – e vira documentarista: é o cineasta Pedro Amorim, filho do Ministro da Defesa, Celso Amorim. Ele acabou de montar o primeiro episódio de “Ao som do mar”, que conta a história do futebol de praia de Copacabana. Pedro terá um programa exibido em quatro partes, a partir de 25 de março, no canal de esportes ESPN.
A emissora pretende mostrar o primeiro capítulo num telão, durante um luau na praia, reunindo todos os atletas que praticam essa modalidade de esporte. Rodado em dezembro de 2011, o filme registra cenas dos jogos do Campeonato Carioca, depoimentos de atletas e torcedores. E conta também com amplo material de arquivo. No último fim de semana, alguns jogadores choraram durante uma exibição informal do primeiro tratamento.
Esporte tipicamente carioca, o futebol de praia é uma tradição cultural e esportiva de Copacabana. Nos anos 60, os jogos eram transmitidos pela TV Rio, e os jornais costumavam dedicar generoso espaço ao esporte. Times, como Lá Vai Bola, Dínamo e Botafoguinho, marcaram época nas areias da praia, com suas rivalidades que mobilizavam os moradores do bairro. O lendário Heleno de Freitas – que Rodrigo Santoro interpreta num filme a ser lançado em breve – foi descoberto jogando num time da praia.
E também são lembrados personagens que fazem parte do folclore desse esporte: Neném Prancha, o treinador que era roupeiro do Botafogo e vivia sendo citado nas crônicas de João Saldanha; o humorista Tião Macalé (aquele do “nojeeento”) que era dono do Dínamo; e Margarida, um famoso juiz gay, que dava muita pinta em campo, mas era muito respeitado e querido pelos jogadores. Esse é o universo típico do Rio, que Pedro Amorim pretende desvendar com seu documentário.