![Rain Man](https://lulacerda.ig.com.br/wp-content/uploads/2013/08/Rain-Man.jpg)
Charlie Babbitt (Rafael Infante) é um vendedor de automóveis que retorna para Cincinnati para o funeral de seu pai e descobre que ele deixou 3 milhões de dólares para Raymond (Marcelo Serrado), seu irmão mais velho autista, cuja existência ele desconhecia. Para colocar as mãos no dinheiro, Charlie rapta Raymond, que estava confinado em uma instituição, e parte para Los Angeles, com o objetivo de ter-se declarado responsável legal do Raymond.
Com tradução de Miguel Paiva, direção de José Wilker e os atores Marcelo Serrado, Rafael Infante, Fernanda Paes Leme, Roberto Lobo, Jaime Leibovitch e Sara Freitas no elenco, a versão teatral do filme homônimo traz Marcelo Serrado em um desempenho que é uma demonstração de virtuosismo, como um ator agindo sem parar e muito bem. O trabalho é tão notável que, de fato, supera um texto que é centrado nos valores culturais e morais da sociedade americana.
Marcelo Serrado fisicamente incorpora uma pessoa portadora de deficiencia até no detalhe das mãos, sempre fechadas em forma de garra. Apesar disso, o personagem permanece praticamente a mesma criatura diferente, desde o início até o fim, que arranca gargalhadas não pelos seus problemas, mas pelos seus acertos e por sua capacidade de, sem mudar o tom, Serrado revelar aspectos que nos fazem identificar com o personagem
Não entramos no teatro sem ligações com nosso passado. Chegamos com as formas que lidamos com nossos os pais irmãos e com os prazeres perdidos ou nunca experimentados. O extraordinário, emocionante e inesquecível trabalho de Marcelo Serrado nos remete a refletir sobre a nossa própria e capacidade de nos relacionar com nossos entes queridos para nutri-los e sermos nutridos. No ciclo perfeito da natureza da chuva, fazer crescer e florescer.