Depois da rabanada, da castanha, do presente de amigo oculto que você odiou, aquele mesmo sabonete que sua tia velhinha lhe deu, está na hora de colocar bossa neste fim de semana entre-atos. Na verdade, apimente logo o seu programa. Vá de “Elis, a Musical”, que conta a história de nossa maior cantora, com histórias engraçadas, dramáticas. E apresenta também alguns episódios bastante apimentados, com o primeiro casamento de Elis, com Ronaldo Bôscoli.
Com texto de Nelson Motta e Patricia Andrade, direção de Dennis Carvalho, apresentando Laila Garin como Elis Regina e a participação de Felipe Camargo, Cláudio Lins e grande elenco, “Elis, A musical” mostra personagens emblemáticos da cultura do país, como Miele, Jair Rodrigues, Vinícius de Morais, Tom Jobim, Ronaldo Bôscoli, César Camargo Mariano e Lennie Dale, entre muitos outros.
Laila Garin faz uma Elis impecável, sem imitar a voz, sem fazer paródia. Apresenta, de forma bastante emblemática, a força da personalidade da homenageada, que se refletia em seu canto, e, no atual espetáculo, aparece nas belas interpretações de Laila das canções mais importantes: “Arrastão”, o dueto com Jair; a graça de “Madalena”; a dor de “Atrás da Porta”; a força do hino do final da ditadura, “O bêbado e o Equilibrista”.
A verdadeira e agradabilíssima surpresa é a participação especial de Felipe Camargo como Ronaldo Bôscoli. Os autores e a direção carregam nas tintas do polêmico caráter de Bôscoli. Mas Felipe Camargo faz um cafajeste de charme, interessante, meio-sorriso, atrativo e com ingrediente fortemente sexual. Canta com clareza e talento, ensaia uns passos de dança com muito ritmo e jeito. Assim, apimenta a encenação da relação Bôscoli x Elis e a imaginação das mulheres na plateia.
Serviço:
Teatro OI Casa Grande (Leblon)
Quinta – 17h e 21h
Sexta – 21h
Sábado – 17h e 21h
Domingo – 19h