Tirando os musicais que impactaram a minha vida, todos de décadas passadas, “Beetlejuice, o musical”, grande sucesso da Broadway, inspirado no clássico filme dirigido por Tim Burton, é o melhor que já vi. Renata Borges foi corajosa ao fazer um espetáculo com figurinos, cenários, elenco e orquestra impecáveis; a direção de Tadeu Aguiar impõe um ritmo de comédia brasileira; e o protagonista Eduardo Sterblitch é genial.
Primeiro quesito a receber “nota dez! nota dez!” é a direção de arte. Coisa raríssima de ver no Brasil, em montagens de outro país, nas quais figurinos e cenários são uma cópia deletéria do original, em “BeetleJuice”, verdadeira superprodução, são 11 gigantescos cenários, mais de 150 figurinos e uma série de efeitos especiais, com a cenografia genial e grandiosa de Renato Theobaldo. A caracterização de Eduardo é bem radical e por isso ganha mais humor ainda. Os figurinos de Dani Vidal e Ney Madeira traduzem perfeitamente quem é quem e como funciona.
A direção de Tadeu Aguiar consegue outro efeito raro: uma linha de coro talentoso que canta, dança e sapateia, outro traço incomum aqui no Brasil que tem fixação pelo canto, “esquecendo” números de dança. Aqui, Sueli Guerra e Roberta Serrano na direção de movimento e coreografia criam números com os artistas entrosados, que dançam no melhor estilo que se exige.
Os atores e atrizes formam uma só força que Tadeu Aguiar consegue tirar de cada um o seu desempenho de forma que é fundamental para que o fluxo corra, mesmo quando Eduardo não está em cena. Agora, é obrigatório falar de Eduardo: um tempo de comédia incrível, uma voz que muda o tom conforme o que fala, cantando sem gritos, dançando, um fôlego impressionante! Carismático, talentoso, vibrante, é o melhor ator de musical da atualidade. Como é o conjunto de “Beetlejuice, o musical”.
Fotos: Leo Aversa
Serviço:
Cidade das Artes, na Barra
Até 12 de dezembro. Quintas e sextas, às 20h30; sábados e domingos, às 16h e 20h30.