Maria Clara Gueiros está na segunda temporada, no Teatro do Leblon, de “A Invenção do Amor”, comédia de Alessandro Marson e Thereza Falcão que fica em cartaz até dia 19 de fevereiro. Na trama, o público acompanha a relação amorosa de um Homo Sapiens, interpretado por Guilherme Piva, com uma mulher de Neandertal – a própria Maria Clara. Com um cérebro mais desenvolvido que o de Nhac, a mulher Neandertal, Croc, movido por ciúmes, inventa o amor e a monogamia feminina para não correr o risco de criar o filhote de outro homem.
Na vida real, Maria Clara tem um lado afetivo muito bem resolvido: mãe de João e Bruno, filhos do seu primeiro marido, Bernardo Jablonski, a atriz mantém um casamento estável, cada um morando na sua casa, com o saxofonista e escultor Edgar Duvivier – o que a torna, por tabela, madrasta do também humorista e escritor Gregorio Duvivier, ou seja, é uma família com artistas de todo lado.
Comediante talentosa, criadora de bordões que ficaram na memória do espectador – até hoje é lembrada pela frase “Vem cá, eu te conheço?”, da personagem Laura, de “Zorra Total” – a artista carioca seguiu, em sua carreira, o conselho que dá a todos os comediantes, que é o de “ganhar muita poeira de palco”. Fora os programas de humor como “Minha Nada Mole Vida” (2006) e “A Diarista” (2004), fez as novelas “Mulheres Apaixonadas” (2003); “Beleza Pura” (2008); “Caras e Bocas” (2009); “Insensato Coração” (2011), “Lado a Lado” (2012) e “Babilônia” (2015), mais oito longa metragens, dos quais o último é “Os Saltimbancos Trapalhões: rumo a Hollywood”. No teatro, seu currículo inclui até mesmo musicais – Maria Clara começou a carreira, aliás, como bailarina e sapateadora.
No momento, está filmando “DPA – Detetives do prédio azul” e, em breve, volta ao ar no “Zorra”. Além disso, vai dublar mais uma vez a personagem Lucy, na terceira sequência da animação “Meu malvado favorito”, e estará na nova temporada de “A Escolinha do Professor Raimundo”. Aos 51 anos bem assumidos, com uma mistura bem autêntica de energia e sensualidade, Maria Clara Gueiros é de deixar muita artista jovem comendo poeira.
[top5] numero:1 [f] titulo:Você vive num endereço e seu marido, em outro. Essa é a sua “Invenção do amor”? Você aconselharia essa fórmula sem restrições? [f]
desc: “Acredito totalmente em duas receitas vindas de letras de músicas, que são: ‘o nosso amor a gente inventa’, e ‘toda forma de amor vale a pena’. Cada casal tem sua própria fórmula de sucesso”.
[/top5] [top5] numero:2 [f] titulo: Você se acha uma privilegiada por manter um relacionamento estável, entre tantos desencontros na cidade carioca?[f]
desc: “Eu me acho privilegiada por muitas razões. Por ter saúde, por poder trabalhar fazendo o que amo e por ter uma família unida, que conversa sobre tudo e discute permanentemente nossas relações”.
[/top5] [top5] numero:3 [f] titulo: Tem alguma época retratada na peça em que o amor era mais fácil? [f]
desc: “O amor é uma organização complexa. São muitos fatores envolvidos, muitas idiossincrasias. Quando se trata dos afetos humanos, a coisa é mais complicada. Na minha opinião, o amor é sempre uma questão complexa, em qualquer época”.
[/top5] [top5] numero:4 [f] titulo:O que você aconselharia a uma comediante iniciante? Acha que essa profissão no Brasil para a mulher tem dificuldades a mais?[f]
desc: “Aconselho qualquer comediante a fazer curso de teatro e a fazer muito teatro pra ganhar poeira de palco. Não acho que haja dificuldades para mulheres, especialmente. Se inserir no mercado de trabalho é difícil para todo mundo e o que eu acho importantíssimo é ter uma assinatura no jeito de fazer humor”.
[/top5] [top5] numero:5 [f] titulo: Geralmente as pessoas acham que o humorista tem de ser engraçado 24h. Já viveu alguma saia justa nesse sentido? [f]
desc: “Sempre vivo situações como essa. O comediante passa sempre pela situação de ter que ser engraçado a todo momento. Já ouvi coisas na fila do banco, do supermercado, do tipo: ‘Você é tão séria pessoalmente’. É como se tivéssemos que estar fazendo humor o tempo todo”.
[/top5] [top5] numero:6 [f] titulo: O Rio está passando por uma fase de dificuldades financeiras generalizadas, do lazer na praia ameaçado por arrastões e violência nas ruas. Isso afeta seu astral como comediante? [f]
desc: “A fase que o Rio está passando afeta o astral de todo mundo, não só dos comediantes. A crise política e econômica do país é um problema de todos nós. Meu papel como comediante é justamente o de aliviar um pouco as pessoas disso tudo e levar alegria. Fazer o público rir e se divertir é muito recompensador”.[/top5]