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Que o carnaval de rua do Rio cresceu, todo mundo sabe. Os blocos invadiram a cidade e, ano a ano, aumenta o número de participantes: muita gente é contra, muita gente a favor; uns amam, outros detestam. Uma preocupação a mais que o prefeito e todos os envolvidos na festa deveriam ter a partir do próximo ano é quanto a um detalhe sobre a volta dos foliões pra casa.
Dirigir, nem pensar, o “Se beber não dirija” é praticamente um mantra, a Lei Seca não perdoa de juiz a cantor, de ator a senador, e as campanhas para os biriteiros deixarem os carros em casa são muito adequadas e importantes – por razões mais do que óbvias. Os que não bebem também preferem nem abrir a garagem – sinal de inteligência, conseguir uma vaga é tarefa impossível. Para quem arrisca, os preços dos estacionamentos são inacreditáveis. A saída para muitos são os táxis.
Em cena recente, ao pegar um táxi, na Gávea, a passageira comentou do cheiro horroroso e pediu para abrir os vidros apesar dos quase 40º, quando o motorista explicou: “Neste começo de carnaval já vomitaram (argh!) duas vezes no meu Fiat”. Muitos taxistas se dizem revoltados com o mesmo assunto: os bebuns acabam vomitando nos carros. “Já respingou vômito até no meu pescoço”, comenta um morador do Jardim Botânico, na profissão há 15 anos. Esse é o ponto: a Prefeitura precisa distribuir os “saquinhos de enjoo” como nos aviões. Nem todo mundo que voa vomita, mas estão mais do que prevenidos.
Entre dez taxistas entrevistados, seis (que já foram vítimas) gostariam que fosse assim. Quanto aos outros quatro, dois não dirigem à noite; um outro diz que numa única vez em que isso aconteceu, o passageiro lhe pagou um extra para lavar o carro. O assunto já causou também briga, quando um deles cobrou R$ 40 a mais para lavagem e “o cara não queria pagar”, até ele se aproximar de um carro da polícia. Isso não precisa acontecer, de jeito nenhum! E o último declara com veemência: “No meu carro, não entram bêbados”. Isso dito, segue falando que já tem muitas outras coisas nas ruas para deixá-lo nauseado, ou seja, colombinas e pierrots doidões ele dispensa.
Esse pequeno ritual pode ser evitado! Por que não acomodar os famosos saquinhos à frente de cada poltrona? Em caso de “turbulência”, a criaturinha pode passar mal em lugar, digamos, adequado. É só um pouco mais de conforto tanto para os cariocas de apreço ilimitado pelo álcool quanto para os motoristas que trabalham nas noites de grandes festas, como o carnaval. Oh, prefeito! Nao fique indiferente. (Texto de Lu Lacerda e Arnaldo Brenha).