Um grupo de sócios do Jockey se uniu para reivindicar ao presidente do clube, Luiz Alfredo Taunay, um desconto na mensalidade já que, provavelmente, essa área de lazer poderá ser um dos últimos lugares a voltar a abrir. A carta foi assinada por 140 pessoas e enviada pedindo um desconto de 30% da mensalidade, de R$ 600, sem que isso afete a estabilidade dos funcionários. Uma das sócias diz: “O clube tem receitas variadas — de aluguel de espaço para bares, academias e restaurantes até o evento Rio Open, de tênis. Nós, sócios, levamos em conta que outros lugares, como colégios, por exemplo, a despeito de estarem ministrando aulas online, resolveram diminuir as mensalidades”.
A resposta da diretoria não agradou aos solicitantes. Outra sócia comenta: “Até o momento, não foram apresentados os balancetes de janeiro, fevereiro, março e abril nem as medidas que estão sendo tomadas para o enfrentamento da crise. Outra reclamação é a falta de transparência dos atos e planos da gestão atual. Nem sequer se consegue a venda do título, que custa R$ 5 mil e cuja taxa de transferência chega a mais de R$ 60 mil. Muita gente está largando o título por não conseguir arcar com a mensalidade”, afirma. Ambas preferem não publicar seus nomes.
A coluna procurou Taunay, que respondeu: “Um gestor, às vezes, tem de tomar decisões que contrariam muita gente; os sócios têm que ter um pouco de compreensão. A única coisa que eu ofereço é minha dedicação – os reajustes têm sido menores que a inflação. Não posso quebrar o Jockey, que tem 560 funcionários fixos, uma folha de pagamento extensa, que eu comparo à de um município. Na minha gestão, isso não vai acontecer. E a locação atual é em torno de R$ 800 mil, o que significa uma diminuição enorme de receita. Em janeiro, teve obra de R$ 7 milhões, reformei piscina e vestiários; agora, são os melhores do Rio. A situação é dramática. A realidade nua e crua é essa”.
Sobre a transparência exigida, declarou: “Existe um relatório gerencial publicado no site todo mês”. E encerra afirmando: “Na última pesquisa Ibope, minha aprovação entre regular, bom e ótimo foi de 89%, melhor do que o Mandetta (ex-ministro da Saúde)”. A eleição para a presidência seria neste mês de maio; pela pandemia, foi adiada para outubro. São mais de cinco mil sócios.