“As medidas excepcionais encontram-se na situação paradoxal de medidas jurídicas que não podem ser compreendidas no plano do direito, e o estado de exceção apresenta-se como a forma legal daquilo que não pode ter forma legal”, do filósofo Giorgio Agamben, no livro “Estado de exceção”, que certamente Alexandre Moraes, uma das heranças que Michel Temer nos deixou, nunca deve ter lido.
O ministro do Supremo Tribunal Federal recuou da decisão anterior e suspendeu, nesta quinta-feira, a censura imposta à revista “Crusoé e ao site “O Antagonista”. O que se deu depois de críticas dos próprios ministros do Supremo, de juristas, do Ministério Público e de um número incalculável de brasileiros nas redes sociais. Assim, também, todo mundo agora sabe que Marcelo Odebrecht pergunta a executivos da sua empreiteira: “Afinal, vocês fecharam com o amigo do amigo de meu pai?”, referindo-se a Dias Toffoli, razão da tentativa de mordaça.
Essa nódoa – do autoritarismo e da arbitrariedade — também ficou entranhada irreversivelmente no currículo de Moraes. Alguém que, pago com o dinheiro público, tentou promover pela lei uma guerra ao censurar uma informação verídica publicada em um veículo da imprensa. Além de um certo dano ao STF, é o que fica desse ato desastroso do ministro Alexandre Moraes. (Foto: Wikipédia)