A corrida na orla foi o primeiro hábito criado pelo português Ulisses Marreiros, o novo diretor do Copacabana Palace, que mora no Rio há pouco mais de dois meses. Aos 46 anos, ele fala inglês, espanhol, italiano e alemão, é fã de culinária (todo tipo, não só da alta gastronomia), gosta de esportes e tem mais de 20 anos no mercado da hotelaria. Ulisses já trabalhou em vários hotéis e resorts cinco estrelas, não só em Portugal como também na Espanha e nas Maldivas. Essas credenciais permitem que ele faça uma avaliação da hotelaria no Brasil. “Temos sorte de o mercado nacional ser bastante resiliente”, afirma.
Seu primeiro trabalho foi em armazém, aos 15 anos; para ele, essa experiência foi fundamental até chegar ao principal hotel do Brasil. “Foi onde aprendi muito sobre logística e liderança”, diz. Formou-se em gestão hoteleira pela Universidade do Algarve e fez cursos, por exemplo, na Harvard Business School, Cornell University e a Bocconi University. “Entrei no mundo da hotelaria de luxo pelo Hotel Quinta do Lago, que pertencia ao grupo Orient-Express, hoje Belmond”.
Para manter a tradição e a excelência pela qual o Copacabana Palace é reconhecido, ele circula diariamente pelo hotel, a fim de conhecer de perto todos os setores. É o que comenta, por exemplo, o cirurgião plástico Paulo Müller, um dos portadores do cartão- piscina, assíduo do Copa: “Só nos falamos uma vez. Percebo que é um homem muito elegante e tem muita presença. Sempre o vejo pelo hotel — está fazendo tudo muito de perto”. Trata-se de um entusiasmado com o Rio, o que é muito importante num caso desses — é disso que se trata.
[top5] numero:1 [f] titulo:Pouco mais de dois meses depois da sua chegada ao Rio, que balanço faz? [f]
desc:Fantástico. Até agora, tem sido um período muito intenso, com muita aprendizagem sobre o hotel. Se considerarmos a corrida matinal na orla de Copacabana como algo carioca, então esse terá sido o meu primeiro hábito do “carioca way of life”. [/top5]
[top5] numero:2 [f] titulo:Como está sendo assumir o hotel mais icônico do País? [f]
desc:Fiquei muito lisonjeado e honrado. O Copa, além de ser uma referência para a cidade, é um ícone da hotelaria mundial, como muitos dos hotéis que temos. Adoro trabalhar em hotelaria e tenho a sorte de fazer parte de um grande grupo como a Belmond. Ser executivo de uma grande companhia internacional consiste em constantes mudanças — elas fazem parte da trajetória profissional. [/top5]
[top5] numero:3 [f] titulo: Substituir Andrea Natal não é uma tarefa fácil — ela era a marca do hotel… [f]
desc:Conheci a Andrea há mais de 20 anos. Nos últimos anos, ambos como gerentes gerais, estivemos várias vezes juntos em eventos e feiras internacionais. Sempre foi uma colega por quem tive um grande respeito e admiração. Ela fez um grande trabalho junto com a equipe fantástica do hotel. [/top5]
[top5] numero:4 [f] titulo:Como foi sua trajetória profissional na hotelaria até chegar aqui? [f]
desc:Antes de me candidatar à universidade para o curso de gestão hoteleira, trabalhei em um armazém, aos 15 anos, onde aprendi muito sobre logística e liderança. Trabalhei também no Censos 91, onde tive contato direto com muita gente, o que eu acredito ter me ajudado a desenvolver um pouco de inteligência emocional. Passei também pela TAP Air Portugal; apesar de ter adorado a aviação, optei por seguir na carreira hoteleira. Estagiei no departamento de alimentos e bebidas (A&B) de um grande resort, mas entrei no mundo da hotelaria de luxo pelo Hotel Quinta do Lago, que pertencia ao grupo Orient-Express (hoje Belmond). Em 2004, participei da abertura de um dos hotéis mais badalados das Maldivas como chefe de vendas, mas também estive muito ligado à operação. Depois disso, voltei ao Algarve para o cargo de diretor de marketing e vendas em um dos melhores resorts da Europa. Logo, fui convidado a voltar ao grupo Belmond como diretor residente do Reid´s Palace, na Ilha da Madeira, onde, em 2010, fui promovido a diretor- geral. Em 2013, fui transferido para o La Residencia, em Mallorca, na Espanha, para ocupar a mesma função até o fim de 2020. [/top5]
[top5] numero:5 [f] titulo:Já conhecia o Brasil? [f]
desc:O Brasil é um continente! É um país que transmite pela sua gente uma energia única. Já tinha estado no Nordeste duas vezes, mas há quase 20 anos. Espero poder descobrir mais deste maravilhoso país. [/top5]
[top5] numero:6 [f] titulo:Este ano não tivemos o Baile de Carnaval do Copa, verdadeira instituição na folia carioca… [f]
desc:Diante da situação mundial, tivemos um carnaval low profile. Adicionamos somente uns mimos e agrados aos hóspedes que estiveram conosco no período. O Baile do Copa é realmente um evento incrível, e espero que possamos voltar com toda a força em 2022, para realizar não só esse, mas todos os outros eventos que fazem parte do nosso calendário. [/top5]
[top5] numero:7 [f] titulo:Como planeja deixar sua marca, fazer sua assinatura, no Copa? [f]
desc:Os 97 anos de existência do Copacabana Palace são repletos de história. O nosso objetivo é sempre manter a tradição e a excelência pela qual o hotel é mundialmente reconhecido. Claro que estamos sempre pensando em novidades e melhorias, mas posso dizer que a cultura do hotel é excelente e de acordo com os valores da companhia. Acredito que a melhor marca que se pode deixar é a formação de futuros líderes Isso é algo que me satisfaz muito: formar equipes e profissionais preparados para liderar e se destacar dentro da empresa. [/top5]
[top5] numero:8 [f] titulo:Como está o mercado da hotelaria, diante da pandemia? [f]
desc:Temos a sorte de ter um mercado nacional bastante resiliente e ao qual somos muito agradecidos. Neste momento, dependemos do retorno à normalidade da situação de saúde mundial, para que possamos voltar a promover nossos próprios eventos. Nossa prioridade agora é a segurança e a saúde dos nossos hóspedes e colaboradores. [/top5]
Por Acyr Méra Júnior