Você já reparou que muitos dos últimos acontecimentos são chamados de históricos? Neste domingo (07/01), às 23h30, teremos no ar, na Globonews, o documentário de um dia, quando os brasileiros foram surpreendidos pela realidade, que pode ser chamado assim: a estreia de “8/1 — A Democracia Resiste”, com uma hora de duração, dirigido por Julia Duailibi e Rafael Norton, sobre os bastidores do 8 de janeiro, quando predadores, apoiadores do Bolsonaro, destruíram as sedes dos três poderes, em Brasília. Além do material inédito, muitas vezes sob um olhar de lupa, o filme traz ainda entrevistas com o Presidente Lula, o ministro do STF Alexandre de Moraes e o ministro da Defesa José Múcio Monteiro, além de militares que deram valiosas informações, mas sem autorizar gravações. O que aconteceu entre quatro paredes? Quem fez o quê? Como foram tomadas as principais decisões? O documentário reconstrói e mostra o que as pessoas não viram, aquilo que ficou apenas na imaginação.
[top5] numero:1 [f] titulo: Você saiu maior do que entrou, como jornalista? Por quê? [f]
desc: Do ponto de vista da experiência profissional, sem dúvida. Foi muito rico poder entrevistar e ouvir as histórias das pessoas que atuaram para reverter a ameaça golpista no 8/1 — do Presidente da República até o policial. Além disso, contar a história em 100 minutos é bem diferente do que eu faço hoje, que, muitas vezes, é contar em 30 segundos: numa escalada do jornal, por exemplo. Além disso, minha compreensão de Brasil e da nossa democracia cresceu muito. Então, para qualquer lado que eu olhe, acho que foi muito enriquecedor. [/top5]
[top5] numero:2 [f] titulo: O que você aprendeu de mais importante nesse percurso que durou o documentário? [f]
desc: Aprendi que as instituições brasileiras funcionam, são fortes. Nossa democracia pode ser jovem, como costumamos falar, mas os mecanismos de proteção a ela foram e são eficientes. Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal, todas as instituições se uniram para dar uma resposta uníssona que não acabou no dia 8. A resposta ainda reverbera com as investigações da Operação Lesa-Pátria, da PF, com o inquérito no STF, por exemplo. [/top5]
[top5] numero:3 [f] titulo: Qual foi a sua maior surpresa durante as gravações? [f]
desc: Foram algumas surpresas; primeiro, as imagens inéditas. Conforme a gente conversava com os personagens, a gente ia descobrindo a história dos bastidores, entre quatro paredes naqueles gabinetes do poder. E aí vinha a pergunta: temos imagem disso? Por exemplo, quando um integrante do GSI conta que fez uma barricada para não entrarem na sala do presidente — a gente foi atrás e achou a imagem. É uma das coisas mais legais do filme e que veio de um trabalho primoroso do Rafael Norton, que dirige comigo o doc, do Diogo André e da Jéssica Valença, que atuaram também na produção. Outra coisa foi saber o quão tensa foi a negociação entre civis e militares naquele dia. Mas não vou contar mais, que é para vocês verem o filme. [/top5]
[top5] numero:4 [f] titulo: Os fatos estarem tão frescos na nossa cabeça muda a emoção que cada um vai sentir ao assistir? [f]
desc: Acho que uma história bem contada, bem apurada, sobre um fato dramático, como foi o dia 8/1, sempre vai trazer emoção, independentemente da distância temporal dos fatos. [/top5]
[top5] numero:5 [f] titulo: Você acha que o doc tem o poder de mudar o ponto de vista de alguém? [f]
desc: O nosso documentário não tem essa pretensão: ele é um registro histórico do que aconteceu especificamente naquelas 24 horas dentro da estrutura do poder. A pessoa que tiver interesse em saber como foi o bastidor daquele dia, com certeza, vai sair do filme, no mínimo, entendendo mais e com mais informações. [/top5]
[top5] numero:6 [f] titulo: Como explica ou explicou para os seus filhos o 8/1? [f]
desc: Eles me acompanharam pela TV naquela noite do 8/1; então, eles foram tomando conhecimento do que se passava praticamente junto com a gente, porque íamos apurando e contando ao vivo o que tínhamos de informação. Claro que, por serem pequenos (10 e 8 anos), eles não têm as nossas ferramentas para compreender o que se passava, mas ficaram bem assustados porque as imagens eram fortes: tinham bomba, tiro, fogo. Se pros adultos era chocante, para eles era bem impressionante, mesmo não entendendo tudo que estava envolvido ali. Eles também percebem a nossa tensão, né? [/top5]
[top5] numero:7 [f] titulo: No ardor do momento, você estava no ar; durante o filme, mais tranquila. Mudou muito sua visão dos fatos? [f]
desc: Acho que minha compreensão sobre os fatos ficou maior ao longo dos meses. Nesse período de um ano, várias informações vieram a público, trazidas pelas CPIs e pela Polícia Federal. A gente foi conhecendo mais o tema. E o filme, é claro, me ajudou muito. Afinal foram muitas conversas com fontes — para além das que aparecem no filme, porque várias delas não gravaram, mas conversaram comigo. Mas o essencial não mudou: foi uma tentativa de golpe, feita por poucos, com uma vitória inconteste da democracia. [/top5]
[top5] numero:8 [f] titulo: Ele já nasce um documentário histórico. Quando resolveu fazer era essa a ideia? [f]
desc: A ideia surgiu poucos dias depois do dia 8; já estava claro para todo mundo que aquele tinha sido um dia histórico. Então, sabia que precisaríamos fazer o registro dele. A questão foi saber como contar a história. Com o tempo, o recorte do que eu queria contar foi ficando mais claro. Eu queria fazer o que a gente faz todo dia na TV: contar os bastidores do poder, mas, no caso específico, diante da ameaça golpista. [/top5]