Morreu, no fim da manhã desta segunda (08/02), pela Covid-19, aos 56 anos, o dermatologista Fábio Cuiabano Barbosa, no Copa Star, em Copacabana, onde estava internado desde 23 de dezembro. Ao chegar, encontrou um amigo, e avisou: “Não fica perto de mim; estou me internado com a covid”, sem nunca ter tido a ideia de como ou onde teria sido contaminado.
Fábio era nome considerado na dermatologia, mais dedicado à parte médica do que à estética, ao mesmo tempo em que fazia “loucuras” com uma seringa de Botox se fosse o caso. Instalado na Visconde de Pirajá, em Ipanema, sempre com consultório lotado, na antessala, viam-se desde os nomes mais conhecidos do Rio até eventualmente pessoas simples, para um atendimento solidário, não raro, por pedido de amigos, para aqueles que estivessem momentaneamente duros ou para quem jamais tenha deixado de estar, com o mesmo sorriso e competência.
Em 2017, depois de ser assaltado quando chegava ao Fundão para dar aula (era também professor), disse à coluna: “Levaram minha felicidade de ser carioca, mas essa hei de recuperar”. Recuperou logo a alegria para tudo, principalmente para as viagens, a coisa que mais amava na vida; antes, talvez viessem os amigos.
Eram muitos e variados, sempre acompanhando a vida de cada um, de longe ou de perto. “Amigo, médico, parceiro, pra tudo, muito mais do que um dermatologista. O riso dele iluminava a sala, a competência me abismava, o papo me encantava, a gentileza me comovia. Fábio, que falta você vai fazer!”, disse a jornalista Ruth de Aquino.
Ou o cirurgião plástico Paulo Müller: “Fazia bem a parte clínica tanto quanto a estética. Sua válvula de escape para o trabalho eram as viagens. Gostava muito de comer e beber. Aproveitou muito a vida. Sempre vou me lembrar dele como muito bom colega, disponível, solidário e generoso, disposto a resolver todas as complicações”.
E também a administradora Carla Benchimol: “Na alegria, na tristeza, na saúde, na doença, ele sempre tinha uma palavra carinhosa. Com suas preciosas mãos, sempre me costurava, retirando os estragos que o sol me fez. E ali, naquela sala, batíamos papo, e éramos felizes.”
Também pelo lado profissional, Cuiabano leva muito da sabedoria e da generosidade.
A mãe do médico, Clotilde, de 84 anos, teve a Covid, com sintomas leves. O irmão gêmeo, Felipe, segue entubado na Casa de Saúde São José.