Pode prestar atenção: em muitos restaurantes e hotéis do Rio, são vistas rampas para cadeiras de rodas, muitas delas, bem recentes. É sabido que isso se deve ao empenho de Carmem Mayrink Veiga, o maior nome social do País desde a década de 50, que sofre de paraplexia tropical, doença que limita muito os movimentos das pernas.
Há mais ou menos cinco anos, Mayrink Veiga só sai de casa em cadeira de rodas. Desde então, sua dedicação é absoluta ao assunto, o que tem feito uma certa diferença para os 47 mil cadeirantes cariocas.
Isso mudou a vida de Carmem, é fato, mas não comprometeu sua vaidade, sua agenda, sua informação – ela sabe de absolutamente tudo que acontece seja no Rio, seja em Paris, seja onde for. O senso de humor e a sinceridade continuam os mesmos – depois do meio-dia, que fique claro; antes disso, a chance de ela acordar é zero. Leia sua “Invertida”.
UMA LOUCURA: “Acho uma loucura essa invenção de que tudo é feito por máquina. Acabou o ser humano? Tudo vai virar robô? É tudo “ai”, ipad, iphone etc. Ai, ai, ai!”
UMA ROUBADA: “Roubada é comprar um sapato que é uma delícia na loja e, quando chega em casa, descobrir que machuca.”
UMA IDEIA FIXA: “Nunca tive uma ideia fixa porque sempre tive tudo na vida; então não precisava disso. Duas coisas que eu queria e não tive: ganhar a mega-sena por menor que fosse o valor e um jatinho Gulfstream, o mais bonito de todos. Só tive jatinho desses que todo mundo tem.”
UM PORRE: “Acho um porre ver alguém de porre quando você nao bebe. Outro porre é ar-condicionado e vento forte.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Frustração é que o filme “E o vento levou” não ter sido da minha época. Se fosse, eu teria feito a Scarlet O’ Hara – menos que isso, nada.”
UM APAGÃO: “Tenho uma memória inacreditável e não me lembro de nenhum apagão.”
UMA SÍNDROME: “Morro de pena quando vejo uma criança com Síndrome de Down e não posso fazer nada.”
UM MEDO: “Não tenho medo. Todos têm medo da morte. Eu nunca tive, afinal todos vamos morrer mesmo: você, eu, meus filhos, meus gatos. Nem de cobra, que acho um dos bichos mais lindos do mundo. Mas claro que eu não gostaria de dar de cara com uma dessas cobras que te comem inteira.”
UM DEFEITO: “Tenho vários defeitos, inúmeros. A minha pontualidade atualmente é um defeito, já que ninguém respeita isso. As pequenas delicadezas estão se acabando, o mundo está muito materializado.”
UM DESPRAZER: “O que é desprazer? Não tenho ideia. Lembrei: alguém pegar os meus jornais e ler antes de mim. Outro é se vou almoçar fora, deixo a roupa preparada de véspera, já que minha arrumadeira está velha e demora muito. Quando separo um figurino e, no dia seguinte o tempo muda, detesto.”
UM INSUCESSO: “Insucesso é nunca ter conseguido ligar nada eletrônico. Toda semana vem um técnico à minha casa ver a televisão, o computador… Quebro tudo, de mau humor.”
UM IMPULSO: “Deus me acuda, nunca teria impulso. A maioria dos que têm impulso faz parte daqueles que não tiveram uma boa educação. As pessoas mais impulsivas são as mais mal-educadas. Se você não tem controle sobre si, quem vai ter?”
UMA PARANOIA: “Sou paranoica com organização, gosto de tudo impecável. Até há certo tempo, fazia muita coisa, como arranjos de flores, por exemplo. Atualmente não faço nada, por viver numa cadeira de rodas, o que dificulta tudo. A vida realmente fica muito mais difícil do que se imagina, principalmente numa cidade como o Rio, onde os cadeirantes só faltam ser escorraçados. Os cariocas não têm preconceito, simplesmente porque eles não têm preconceito com nada. O que os cariocas têm é desrespeito contra quem vive em cadeira de rodas.”
Uma vida feliz significa ter a liberdade de tê-la, quer por não se aprisionar aos seus desejos, quer por não haver mais “esperança”. De fato, essa senhora se “libertou” por ser “aprisionada” pela cadeira, mas seus olhos se abriram,já que em terra de cego ela é uma das poucas a enxergar.
À grande amiga, só me resta dizer a trivial, mas absolutamente correta frase sobre esta diva : ”Nunca houve uma mulher como Carmen” , um beijo no seu coração……………………………………
O brasileiro e um povo mal educado, não respeita os idosos os deficientes, enfim esquece que um dia vão ser idosos,e pode tambem tornar um deficiente na vida.
“Os cariocas não têm preconceito, simplesmente porque eles não têm preconceito com nada. O que os cariocas têm é desrespeito contra quem vive em cadeira de rodas.”
Concordo plenamente, tInham que gravar essa frase no Pão de Açúcar para alertar os desavisados.
Que viva a Carmem. Muitos mil dias.
E que Deus lhe dê saúde. Muita. Prá dar e vender.
Na entrevista, UMA PARANÓIA, o correto é escorraçado.
caro augusto, muito obrigada, abs
Tem pena quem tem sindrome de down? Por que? Essa eu não entendi.
acho esta Carmem um luxo. O que mais me agrada é seu pensamento…. afiadissimo
Mulher, voce é um enorme exemplo para todos. Humildade, caráter, firmeza, e perseverança. obrigado por voce existir.
Ah! ta…um desses jatinhos que todo mundo tem…tenho dois, e fico puto, pois todos aqui na rua tem três ou quatro.
Sou fã da Sra. Carmem desde menina. Minha tia-avó a chamava de Carmem Sobiati. (gente de Bauru). Chic, sempre com muita classe. O mais engraçado é que só uso jeans e jamais uso maquiagem, mas amo Paris. Me lembro bem de uma frase…. ” Dona Carmem, o que a Sra sentiu na frente do Juiz??? Frio minha filha, muito frio. O ar-condicionado estava fortíssimo”. Viva para mulheres assim.
Sra. Carmem, seu corpo pode falhar porém, sua mente está, como sempre, admirável. Eis uma mulher admirável…
Muito estranha essa frase: “Morro de pena quando vejo uma criança com Síndrome de Down e não posso fazer nada”… Não precisa ter pena minha senhora, eles são pessoas tão felizes ou mais felizes do que nós… Não pode fazer nada? Pode sim, doe um pouco de sua fortuna para instituições que cuidam de crianças carentes com essa doença…
Mario gomes , gueridinho , todo mundo tem jatinho sim , mas no mundo dela.! foi o que ela quiz dizer !!!!! entendeu ?????
Estou c/Lalah e não abro!
Carmem, te vi pela primeira vez em uma revista em 1982 e gostei do seu jeito menina de ser. Aproveite a chance de mudar a situação dos cadeirantes não só no Rio como em outras partes do Brasil. Continue lutando.
Engraçado, só de olhar a foto agente vê personalidade, deve ser uma mulher de fibra, pelo menos passa isso, e é inegável tb a sua finesse !!!!
Também não curto usar jatinho comum, já to no consórcio de um novo ai que ninguém tem na minha rua.
Existem uns detalhes nos comentários da Sra Carmem que é típico de gente que teve tudo na vida e não tem muita noção da realidade da grande maioria incluída na categoria social de sua “velha arrumadeira” (“jatinho desses que todo mundo tem…”). E de um certo modo, uma pessoa que está presa a conceitos antigos pra lá de ultrapassados.
Chamo atenção para o comentário sobre Síndrome de Down em que não percebeu o “equívoco” de suas palavras. Por que ter pena de alguém com Síndrome de Down, se hoje existem trabalhos maravilhosos para o desenvolvimento desses cidadãos? São capazes como qualquer outra pessoa. Sabe tudo que se passa no Rio de Janeiro e em Paris né? Sei…
Quanto a melhora de vida dos cadeirantes, eu acho bacana. Pena que foi necessário um Mayrink Veiga na cadeira de rodas para resolverem esses problemas. Duvido que que mudariam alguma coisa se fosse o pobre aqui. Quem sabe nasce um Mayrink Veiga com Síndrome de Down e resolvem dar um jeito para corrigir o cromossomo rebelde.
Concordo com a Lalah…e outra coisa: qual a grandiosidade em uma ação que vc fez somente pq sofre do mesmo problema??!!Grandiosidade é vc se mobilizar pelos outros simplesmente por amor…
Sensacional!
Um ícone de verdade, parabéns Lu Lacerda por entrevistá-la, perfeita a escolha!
Normalmente quem diz que não pode fazer nada por alguma coisa, sabe que pode fazer sim e sempre acaba fazendo. Estou certo que esta Senhora, depois desta frase, encontrará um meio de ajudar aos portadores desta síndrome.
ACHO , ACHEI MUITO INTERESSANTE O QUE ELA DISSE SOBRE AS PESSOAS ” IMPULSIVAS”, MAS GOSTARIA DE PONTUAR QUE NEM SEMPRE UMA PESSOA “IMPULSIVA” HAJE ASSIM ACREDITO
” POR UMA MÁ QUALIDADE NA EDUCAÇÃO “, POIS CONHEÇO E EXISTEM PESSOAS QUE SOFREM E SOFREM MUITO DE TRANSTORNNOS DE ANSIEDADE,
COMPULÇÕES, QUE ENVOLVEM, QUE AS LEVAM A COMPORTAMENTOS IMPULSIVOS,
ELAS PRÓPRIAS SENTEM-SE ARREPENDIDAS, CULPADAS, É QUASE UMA DOENÇA ”
AFETIVO-EMOCIONAL MESMO, QUE CAUSA GRANDE SOFRIMENTO E TRANSTORNOS À QUEM OS TEM, PRECISAM DE PSICOTERAPIAS MUITAS VEZES,
TB MEDICAMENTOS EM ALGUNS CASOS!
Agir é o verbo. Age se escreve dessa forma (terceira pessoa do singular) e não com H como foi grafado anteriormente.
Lu
Parabéns pela entrevista
Pena da pessoa com Síndrome de Dow. Por que?
No mundo deles, eles são muito felizes e trazem muitas alegrias.
É COMPLICADO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu adorei a entrevista. Concordo com tudo. Às vezes nos deparamos com situações que nos fazem sentir pena, uma criança que tem síndrome de down, por exemplo, poderia ser uma criança considerada “normal” e duvido que a família não tenha ficado surpresa de início, ao saber da situação do bebê. Mas, claro, a família passa a se dedicar à criança de modo que ela fique protegida e feliz, o mais “normal” possível com suas limitações. É isso que conta: a força que temos para enfrentar as dificuldades. Mas, a criança em si, que sozinha tem de carregar esse fardo, me faz ter pena sim. Sentir pena é se sentir sensibilizado(a). A quem culpar? “Genética”, dizem. Mas, de que adianta culpar? A criança continua sozinha na situação – estou falando do indivíduo. Se pudéssemos, faríamos um mundo perfeito, sem doenças, sem problemas. Quando sentimos pena de uma situação e dizemos, estamos sendo sinceros, estamos sensibilizados. A partir daí, uma ajuda pode ser feita para melhorar o dia-a-dia da criança, mas não a livrará do “problema”. Devemos ajudar uns aos outros. Cada um de nós tem um tipo de realidade, devemos aprender uns com os outros, com as diferenças, virtudes e defeitos, a partir daí teremos consciência de igualdade, afinal, qualquer um de nós pode se tornar cadeirante, ter problemas de saúde. Devemos ser honestos, verdadeiros. Concordo com tudo que a linda e elegante Carmen disse e achei a entrevista um luxo. Parabéns Lu Lacerda. Abraço do Jamill.
Resultado alcancado : Muita atencao foi despertada. Parabens, Super Lu!!!!!!
Faço minhas as palavras da Laura:
“Sensacional!
Um ícone de verdade, parabéns Lu Lacerda por entrevistá-la, perfeita a escolha!”
Vejam o que é uma homenagem a uma dama que sempre será referência para os que se julgam elegantes, mas que na realidade só pensam em esnobar riqueza!!
O link abaixo, encontra-se no youtube cujo autor, JAMILL BARBOSA FERREIRA, sempre nos brindou com estas imagens inesquecíveis da Grande Dama Carmen!
http://youtu.be/tPTKdVaIgZg
Lú, gostaria que enviasse a nossa querida Carmen, já que afirmou não gostar de internet, minha sugestão de escolher um escritor para que fizesse sua autobiografia!
Tal sugestão, visa tão somente podermos futuramente guardar uma relíquia, que temos certeza fará a alegria de todos nós admiradores desta grande Dama.
O comentário do Mario Gomes sobre os jatinhos foi “da hora”…
Eu também queria trocar o meu, 2012, por um “do ano”, mas me faltaram uns 20 milhõezinhos,,,
Para os que podem e gostam de usar, vejam o aviãozinho dos sonhos da Diva Carmen
Gulfstream G550 seduziu Eike e família Marinho
Dois dos empresários mais bem-sucedidos do Brasil possuem um Gulfstream G550: Eike Batista (EBX) e Roberto Irineu Marinho (Globo). Com autonomia de voo de 12.500 km, o jato foi construído para viagens longas. Pode viajar de São Paulo a Moscou sem paradas e leva entre 14 e 18 passageiros.
O G550 custa 58,8 milhões de dólares e usa dois motores Rolls-Royce. Foi lançado em outubro de 2000 e atualmente existem 246 em operação ao redor do mundo – a Gulfstream não revela quantos têm matrícula brasileira e diz apenas que trata-se de um de seus dois modelos mais vendidos no país. Em breve, o G550 deixará de ser o maior jato da americana Gulfstream.
Com certificação prevista para 2011, o G650 tem como objetivo se tornar o jato executivo mais rápido do mundo. O avião fez seu primeiro voo em novembro de 2009, mas já vendeu 200 unidades, tornado-se o mais bem-sucedido da história da companhia.
Preço aproximado: US 58.000.000 .
Mas…., o bom gosto não tem preço.
Me identifico com a Sra Carmem ,somos afiados !!! Me lembro dela ,pois passei alguns veroes em seu predio no Rio.