Reproduzo aqui artigo assinado por mim, Lu Lacerda, sobre os mijões cariocas, publicado no jornal O Globo, desta terça-feira (15/03):
O secretário especial da Ordem Pública, Alex Costa, fez muito bem em sugerir multa para quem for flagrado fazendo xixi na rua (O Globo de 10/03). Tem que prender os mijões no ato, só liberando depois que pagarem uma fiança, por exemplo, uma taxa de R$ 50 (há quem defenda meio salário-mínimo). A verdade é esta: quando se mexe no bolso, a coisa muda de figura. Quem faz isso é daquele conhecido perfil “esperto” – os que sempre querem se dar bem, nem que para isso alguém tenha que se dar mal, ou seja, ignoram o que é respeito pelo outro, o que é civilidade.
Tem-se a impressão de que mijar na rua virou uma diversão: “Pode parecer brincadeira, mas abrir a janela e sentir essa fedentina tão forte e nada desejável é revoltante. Afinal, o carnaval não é pra ser uma celebração de alegria?”, dizia uma moradora da Praça Santos Dumont, na Gávea, verdadeiro “desaguadouro” de blocos.
O problema é sério, muito sério! E deve ser resolvido pela Prefeitura, que há de encontrar uma solução para o problema, já que estimula gente de mais para seguir os blocos, segundo a coordenadora do Projeto de Segurança de Ipanema, Ignez Barreto. (“Nenhuma cidade está preparada pra isso”). Depois dos desfiles, fica impossível respirar nas ruas por onde os blocos passaram, até para os moradores de andares mais baixos. E não venha dizer que é pela época festiva. De jeito nenhum! Esse péssimo hábito é antigo, acontece o ano inteiro, seja antes, seja durante, seja depois do carnaval, sendo que se agrava nesta época.
Puni-los e puni-las pelo lado financeiro pode ser a melhor maneira -sim, porque há tembém mulheres, embora em menor número. O urologista Luiz Carlos Miranda lembra que o comportamento da bexiga é igual em homens e mulheres – “o que talvez interfira é o número de cervejas consumidas”. Seria interessante também que as marcas famosas – tão competitivas e preocupadas em vender – participassem, junto com a Prefeitura, da solução do problema. Por exemplo, patrocinando a instalação de mais banheiros para os foliões-mijões. Até porque, como diz o otorrino Jair de Castro: “Todo cheiro desagradável, que emite substâncias químicas e, portanto, tem impurezas, pode levar a irritação das mucosas, para quem fica inalando aquele odor. E pode até desencadear um processo inflamatório ou uma rinite”. Uma alternativa, até mais prática, é estimular fantasias de bebê: fraldão para todos!
Esse seu lado revolucionário que insiste em mudar o mundo para melhor é o que eu mais gosto em vc!
Gostei imensamente do seu texto. Adoraria ter escrito! Assino embaixo! Ignez Baretto é uma aliada de peso em qualquer projeto para fazer do Rio uma cidade melhor. No Movimento Basta! era uma figura fundamental na coordenação. É uma das mulher mais inteligentes e persistentes que conheço. E porque quem tenho um carinho tão grande quanto tenho por vc – e vc sabe muito bem o tamanho…
Mandar bem na página 7 é para poucos… Parabéns!
Concordo que as cervejarias poderiam colocar banheiros químicos nas ruas do Rio em época de carnaval ou outras festividades que envolvessem um grande número de pessoas.
Esse ano TINHA POUCOS BANHEIROS SIM nos blocos e o secretário e alguns jornalistas que defendem a aplicação de multas, não poderiam saber disso, pq estavam em camarotes com váriosssssss banheiros à disposição… Vão para a rua..