A casa de campo vem transformando-se através do tempo. Os historiadores dizem que a prática surgiu em Versailles, palácio do Rei Luis XIV, como o primeiro lugar a transformar o campo num ambiente sofisticado, como numa réplica da casa urbana e da vida urbana.
No entanto, a busca da vida calma e despretensiosa tem sido a grande meta do mundo atual. Quem busca a tranquilidade do campo quer absorver totalmente esse clima em todos os sentidos.
Transferir a vida agitada para um lugar afastado e cercado de natureza já não se encaixa mais nem faz bem ao meio ambiente. Uma grande construção, por si só, já causa um impacto forte na natureza, e manter um estilo de vida com hábitos e costumes urbanos é quase um insulto, tanto para a natureza quanto para os vizinhos.
Na construção de uma casa de campo, assim como no projeto, o importante é que todos os itens de conforto fiquem em harmonia com a natureza. O profissional tem que pensar em construir um projeto despojado e, de preferência, com materiais naturais, que combinem muito mais do que o estilo industrial — isso, sem falar na ambientação, que deve ser aconchegante e fácil de manter e, sobretudo, despretensiosa, como se os donos tivessem colocado ali tudo que gostam.
A primeira lição que a natureza nos ensina é que simplicidade e sofisticação se misturam muito bem.
Perguntamos à arquiteta Patricia Quentel, uma das diretoras do CasaCor — que sempre conviveu com os dois mundos, o urbano e o rural —, como ela definiria esse morar: “Prefiro uma casa menor, clara e iluminada, com aberturas bem proporcionadas, que permita observar o exterior. Aliás, adoro poder viver do lado de fora – como um espaço com uma mesa para almoço ou jantar a céu aberto, para usar o maior tempo possível. A ambientação e o conforto de uma casa de campo são sutis e simples. A vida da casa de campo resume-se em viver livre e ao ar livre. Uso muito a minha casa de campo e vivo-a intensamente. Para mim, é um prazer intimista e o oposto total da ostentação”.
Foto: Ari Kaye