Dilma Rousseff, afinal, confirmou, na manhã dessa segunda-feira (07/07), que vai entregar o troféu à seleção vencedora da Copa do Mundo, como já havia anunciado o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke e, que, depois, foi desmentido pela assessoria do Planalto. Mas não era necessário tanto suspense: a maioria dos brasileiros certamente acha que é o papel da presidente, eleita para representar o Brasil, e muito feliz com o cargo, a julgar pelo desejo explícito da reeleição. Se estivesse certa de aplausos, Dilma iria, mas, como sabe que será vaiada, prefere não dar as caras?
Ela poderia levar alguém com quem simpatiza para acompanhá-la. Por exemplo, o Cauã Reymond, para quem Dilma rasgou seda, chegando a quebrar o protocolo semana passada, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, durante lançamento do programa de fomento audiovisual. Poderia até dissipar algumas “más” intenções entre os 70 mil que lotarem o Maracanã, no próximo dia 13. Evitaria estar sempre sozinha (o que não tem nenhum problema); no entanto, neste caso, estaria bem acompanhada.
Se ACM ou Brizola fossem vivos, em 10 minutos de conversa, dariam uma aula e talvez (talvez) Dilma até puxasse pra si algumas vantagens sobre as vaias, revertendo a situação a seu favor. Ou, para citar outro veterano, José Sarney, amigão de DR, diria, como habitualmente repete: “Faz parte da liturgia do cargo”.
A petista ainda não se acostumou? Além da abertura da Copa do Mundo, na Copa das Confederações, em 2012, Rousseff passou pela mesma situação. A Presidente precisa, com personalidade e valentia, enfrentar o estádio e, com seu marketing, preparar-se para a ocasião, escapando bem da situação, seja pelo humor, seja pela humildade, seja por um discurso diferente (um pouco de informalidade também pegaria bem, em vez daqueles textos engessados e sem espontaneidade – ninguém é idiota), enfim, pelo que for – é assunto para sua equipe. Pode chegar lá com um ás na manga e responder pelo país que a elegeu para todos os papéis: os bons e os ruins.