Fabio Szwarcwald, diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage desde março de 2017, foi exonerado do cargo, nesta quarta-feira (11/07), pelo secretário de Cultura, Leandro Monteiro. Foi demitido, mas até o momento não foi avisado. Em seu lugar, assume Dinah Guimaraens, arquiteta e urbanista e ex-vice diretora do Museu Nacional de Belas Artes do Rio. O economista carioca sabia muito bem onde estava se metendo ao assumir a direção da EAV – na época, o lugar estava sem os repasses prometidos pelo governo, cortou funcionários e até ameaçou fechar as portas.
Mas o diretor, especializado em finanças e gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e pelo IBMEC, começou a promover eventos por ali, como o jantar beneficente e o financiamento coletivo, que arrecadaram juntos surpreendentes R$ 1,08 milhão para a exposição “Queermuseu”, vetada no Museu de Arte do Rio por Marcelo Crivella, e que será inaugurada dia 18 de agosto. Entre os amigos e artistas, comentava-se a entrega de Fábio a esse trabalho, que mudou completamente a situação da escola.
Qual a razão da sua exoneração?
Fui exonerado? Acredite: não fui comunicado.
O que você deixa para a Escola de Artes?
Estou há um ano e meio fazendo tudo pra criar uma sustentabilidade pra essa escola. Se realmente fui exonerado, foi uma surpresa, e não sei o motivo; até agora, o secretário não me ligou. Capitaneei tudo pra EAV, que vive seu melhor momento.
O que acha dessa situação?
Fico revoltado pela escola. Não estou aqui por dinheiro – quis ser exemplar. Acredito no Rio e estava fazendo a minha parte; era uma escola que não tinha um tostão. Consegui bolsa pros alunos, mostrando meu trabalho. Agora, por exemplo, em todos os fins de semana, pais e filhos têm aula de graça; 1.440 pessoas são impactadas. Fiz muitas parcerias.
Fica algum aprendizado?
Fica. Se os cariocas se comprometerem, tem luz no fim do túnel. Tendo foco, objetivo e trabalho, conseguiremos sair dessa.
O que você está sentindo neste momento?
Sinto decepção. Qual o objetivo de me demitirem? Demonstra que o trabalho não tem continuidade. Qual a razão pra eu ser exonerado? O que eu fiz de errado? Quero saber se quem faz a coisa certa tem a cabeça a prêmio! Saio tranquilo, mas estou sofrido.
Foto: Guito Moreto