Armínio Fraga lotou o Midrash Centro Cultural, no Leblon, nessa quinta-feira (13/03), a ponto de ter-se que montar uma sala extra, com telão. No dia anterior, o ex-presidente do Banco Central e sócio da Gávea Investimentos havia participado da comemoração dos 20 anos do Plano Real.
Armínio começou o encontro fazendo um panorama histórico econômico mundial das últimas décadas. Em seguida, falou sobre crescimento e desenvolvimento econômico e a situação brasileira. Sobre esse último item, não, ninguém chorou; não por falta de vontade, digamos assim. No final, colocou-se à disposição para as perguntas do público.
O economista fez um breve histórico da renda per capita brasileira, desde a década de 50, quando saiu dos 12%, em comparação com a americana, para os 24% na década de 80, que caracterizou o milagre econômico, ainda que passageiro. Segundo o economista, a ênfase na educação, o modelo fechado de substituição de importações e a forte presença do Estado e do setor bancário na economia levaram o País à superinflação. A economia foi estabilizada com o Plano Real, retomando seu crescimento no primeiro mandato do governo Lula. Na análise de Fraga, que é assessor do candidato à presidência da República Aécio Neves, a política centralizada, a baixa produtividade, o crédito excessivo, a baixa mobilização do capital e o pouco investimento em todos os setores da infraestrutura caracterizaram o segundo mandato do Presidente Lula. E os problemas agravaram-se na gestão de Dilma, hoje, em quarto ano de baixo crescimento, com poucos sinais de mudança.
Ele disse ver mais possibilidade de crescimento para os países pobres, com bons investimentos, inclusive no capital humano diversificado, com a presença de um bom Estado e igualdade na oferta de oportunidades: “País pobre cresce com mais facilidade porque pode imitar os ricos”. Quanto ao futuro, segundo ele, os governantes têm pela frente um trabalho de muito mais transpiração do que inspiração, com foco na produtividade e na retomada dos investimentos.