Ai, meu Deus! Falar em doença, nem pensar. Longe de mim saber história de gente com problema – ainda mais, grave. É com esse tema tão sensível que Flavio Marinho compõe Academia do Coração, a história de recuperação de quatro pacientes cardíacos, em um centro de saúde física. Mas o tom é de alegria, entusiasmo. A prova de que sempre vale a pena viver.
A direção de Flávio Marinho incorpora elementos cênicos, de figurinos, que definem de forma clara os seis personagens representados por Cristina Pereira, Ernani Moraes, Bia Nunnes, Sandro Christopher, Arlindo Lopes e Renato Reston. A médica, Bia Nunnes, o professor Renato Reston funcionam como superego para as egotrips de Cristina, Ernani e Sandro, “coroas” emblemáticos da vida em Copacabana, bairro onde está localizada a Academia.
O que está em questão ainda é a vida, mas para aqueles que viram a morte de perto, que driblaram o chamado ‘grande mistério’ – e foram presenteados, justamente, com a famosa ‘sobrevida’, afirma Flavio Marinho, que continua: “É sobre esta ‘prorrogação’ do tempo regulamentar ou, se preferirem, sobre esta ‘extensão existencial’ de que trata ‘Academia do Coração’. São personagens que venceram situações-limite e que, agora, encontram-se diante de um novo desafio: lutar por uma melhor qualidade de vida exatamente numa fase da existência em que a qualidade não é assim tão facilmente acessível.”
Como um hino à vida, a trilha sonora de Flávio Marinho tem ópera na voz de Sandro, música brega, rock, pop, MPB em um cenário de esteiras, bicicletas ergométricas e aparelhos de musculação. E o jovem transplantado, interpretado por Arlindo Lopes, é o anjo que une as histórias, as angústias e os destinos. Como ele mesmo recebeu um coração, com o seu jeito cordial devolve as esperanças, cordialmente devolve a chama de vida aos seus colegas de academia.
Serviço:
Teatro Maison de France PSA Peugeot Citroen
5ª e 6ª, às 20h30
sábado, às 21h
domingo, às 19h