O ‘No Ralo’, uma das fotos que faz parte da mostra “Raizes da Terra”, na Casa do Saber, tem rendido histórias divertidas (alguma impublicáveis) e curiosidades. Cecilia Beatriz, por exemplo, uma das diretoras do Jardim Botânico, conhecedora de cada palmo do parque, quer saber de todo jeito onde foi feita a foto dentro do JB, que ela conhece tão bem, mas nunca viu. Vai continuar curiosa.
Segue a razão explicativa da foto:
Bueiro, pra quem vive no Rio, é assunto bem mais profundo do que os metros que ele alcança pra baixo da terra: explodem e entopem. Ninguém sabe mais do que nós, cariocas, como pode ser aterrorizante um bueiro na vida real, exatamente pela precariedade e pela vulnerabilidade de todos eles. Por mais corajosa que seja a pessoa, já sentiu medo, ainda que de leve, de sentar a uma mesa de calçada sobre um bueirinho, ou até de passar perto de algum deles. Vai que…. nunca se sabe! O buraco é mais embaixo.
É assim: os bueiros trazem em si, também, um mistério e, normalmente, não são superficiais como muitos imaginam. O que existe ali depois do que a gente vê? Pra que saber? Deixemos assim! Quando se fala no assunto, muita gente vai preferir recordar-se de outras nuances desse tema, como a do filme “A menina do bueiro” (lenda urbana), ou do “O Bueiro”, folhetim de Vinicius de Moraes, ou ainda do clássico “O Pecado Mora ao Lado”, com Marilyn Monroe, filme de 1955, quando o vestido muito sexy e esvoaçante usado pela atriz deixa suas pernas à mostra em cima de um bueiro de metrô em Nova York.
Como dá pra ver, seja de onde for o bueiro, nem sempre está vinculado à sarjeta, de jeito nenhum! Ao ver a imagem desse bueiro no Jardim Botânico, podemos lembrar de tudo isso, ao mesmo tempo em que pensa: “Isso, sim, é um bueiro que merece o selo Carioca” (e já veio grafado no metal!).