Sabemos a importância de se vestir, uma forma de se apresentar e de se identificar. Enquanto muitos sofrem uma tragédia inestimável de perdas, outros procuram mostrar, pelo glamour, como o vestir é importante, como no Met Gala 2024, em NY, na última semana (06/05), cujo tema foi “O Jardim do Tempo”.
Os contrastes da vida não impedem de ver como o vestir acompanhou a evolução através da história da humanidade. As roupas contam histórias e identificam uma época.
Assim como o sofrimento de épocas em que guerras e desastres naturais mudaram o olhar estético, país ou região, o vestir acompanhou cada mudança, tanto no luto como em comemorações. Se vestir é uma forma de nos representar e vestir, a casa, idem.
Como vestir a casa? No projeto arquitetônico, começamos pelos revestimentos diversos para identificar os espaços. A partir da análise dos donos, se for uma casa clássica, eles são mais conservadores; se moderna, mais descolados; e assim, escolhemos como “vestir” a casa com um infinito mundo de possibilidades para cada personalidade. Muitos arquitetos começam pelo revestimento, hoje encontrados em materiais deslumbrantes, como as pedras brasileiras, vistas internacionalmente como peças de arte.
Perguntamos a Flávia Souto, CEO da marmoraria Florenza, que representa a Michelangelo Mármores do Brasil, como ela vê as escolhas de revestimentos. “Atualmente existe uma enorme gama de tipos de revestimentos, dos sintéticos aos naturais, que, sem dúvida, são os mais elegantes e versáteis. Muitos têm preconceito com o mármore, por ser poroso e frágil, mas existe hoje, em algumas grandes pedreiras no Brasil, um mármore chamado dolomítico, que ultrapassa qualquer preconceito. Ele tem a beleza do mármore natural com a resistência do granito. Pode ser usado em banheiros, bancadas externas e em muitas outras funções. É um mármore de exportação, pois é extremamente valorizado na Europa. Essa pedra tem veios lindos; a escolha de cada pedra passa por um olhar igual ao de uma obra de arte. Alguns arquitetos, ou mesmo os amantes de mármore, gostam de separar pessoalmente cada pedra. Os veios podem ser surpreendentes e a forma do acabamento, idem: fosco, flamejado, com pouco brilho etc. Todos os acabamentos ficam lindos, e o mais importante: provocam uma sensação sensorial que só um material natural pode causar. Ter a nossa casa ‘vestida’ exclusivamente para nós é um dos grandes prazeres. Essa experiência muda vidas”.