Durante décadas, determinados cinemas eram uma forma de fugazes encontros sexuais. Em vez de drops de anis, o que se via eram sexo oral, masturbação, pegação de todo tipo. Foi esse clima — frenético, abundante, decepcionante e árido – que Luiz Capucho escreveu “Cinema Orly”, ali na Cinelândia, que funcionava praticamente 24/7.
A performance “Cinema Orly”, com direção de Diogo Liberano, a partir do livro homônimo de Luís Capucho, acompanha um homem atravessado por vozes e imagens vividas nesse ambiente, frequentado por figuras socialmente marginalizadas, alvo de preconceitos e caricaturas. Homossexuais, bissexuais, travestis, transgêneros e quem mais não se identificava com as formas normatizadas de gênero e sexo encontraram um refúgio no “Cinema Orly”, que exibia filmes pornográficos diariamente.
Com dramaturgia de Gustavo Colombini e atuação de Teo Pasquini, a performance estreou no início de outubro, no Teatro Glaucio Gill. “Na performance, Teo coloca em tensão desejos e morais, experiências de amor e sexo, mesclando biografias e ficções, para celebrar a vida de um homem gay para além de qualquer norma que tentaria enquadrá-la”, define Diogo, o criativo e premiado diretor.
Serviço:
Até dia 27 de outubro, com sessões às quintas e sextas-feiras, sempre às 20h, no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana;
De 02 a 05 de novembro, de quinta a domingo, no Teatro Dulcina ( Rua Alcindo Guanabara, 17, Centro, no mesmo edifício que abriga o Orly em seu subsolo), com sessões quinta e sexta, às 19h, sábado, às 15h e às 19h, e domingo, às 15h e 18h.