Comentários do nosso cronista Eduardo Affonso sobre a possível escolha de Cristiano Zanin, pelo presidente Lula para integrar o Supremo, com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski, que completa 75 anos em maio.
“Caso se confirme a (já aparentemente consumada) indicação de Cristiano Zanin para o STF, o país irá conviver com ele na mais alta corte por 27 anos, até 2050.
Já terão se aposentado Rosa Weber (2023), Luiz Fux (2028), Carmen Lúcia (2029), Gilmar Mendes (2030), Edson Fachin e Luis Roberto Barroso (2033), Dias Toffoli (2042), Alexandre de Moraes (2043), Kássio Nunes Marques e André Mendonça (2047). E o Zanin estará lá.
Já terá sido eleito um novo presidente em 2026 (Michelle? Alckmin? Gleisi? Janja? Simone? Leite? Tarcísio? Cabral? Suzane von Richthofen? Zema?). E o Zanin estará lá.
E outro em 2030 (Janones? Nikolas? Felipe Neto? MC Pipokinha?) e o Zanin lá.
E outro em 2034.
E mais um em 2038.
E mais outro em 2042.
E outro ainda em 2046.
E um sétimo em 2050 – e o Zanin estará lá.
Sete presidentes, sete copas do mundo, um ou dois papas, 27 BBBs – e o Zanin lá.
Eu estarei morto e enterrado (aos 91 anos eu só chego retornado ao pó). E o Zanin lá.
Kate Middleton já será avó. E o Zanin lá.
O planeta terá mais 1,8 bilhão de habitantes. E o Zanin lá.
Haverá implantes neurais, turismo interplanetário, o nível do mar terá se elevado em meio metro, a Rússia já terá desistido de conquistar o que restará da Ucrânia. E o Zanin lá.
Lula terá 105 anos, ainda negando que o sítio e o triplex fossem dele. Bolsonaro, aos 95, ainda chorará as joias perdidas.
E o Zanin lá.
Isso é que é cercar pelos sete lados.”