Inaugurado em 1938, com projeto do arquiteto francês Alfredo Agache, o Jardim de Alah já foi o auge dos encontros de famílias na década de 1950. Portanto, um passado bem remoto porque, na atualidade, o cenário é bem outro. Depois de servir como canteiro de obras para a linha 4 do Metrô (aquela que deve ser a mais cara do mundo), agora é depósito da Comlurb, com chances de virar complexo com 7.000 m² de bares e restaurantes. Por essa razão, está marcada audiência pública para o próximo dia 17, no auditório da faculdade Cândido Mendes, em Ipanema, para concessão da área.
Há meses, existe a conversa da revitalização. Esta coluna publicou, em agosto do ano passado, a licitação da Prefeitura, com o vencedor investindo entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões, podendo, em contrapartida, explorar 7.000 metros quadrados para serviços privados, como restaurantes, bares e áreas reservadas para shows e eventos pagos (dos 85 mil metros quadrados totais).
Muita gente está inquieta: “Acho ótimo deixarem as características de um jardim, e não complexo de restaurantes e bares para os moradores não terem sossego! Aliás já não temos: baratas e ratos são o que mais tem transitado aqui na frente dos prédios”, diz uma moradora há anos ali! E outra: “Viver aqui virou um inferno, ninguém aguenta isso. É uma loucura. Brigas, palavrões e fora o barulho do lixo, contrastando com o alto IPTU que pagamos.”