“Não se fazem mais avós como antigamente” é uma frase bem usada hoje em dia, não só pelo aspecto físico como também pelo afetivo. As avós de hoje são modernas, participam e são conscientes da importância no desenvolvimento dos netos.
Um recente estudo de uma faculdade nos EUA mostrou que o contato com avós é fundamental para a formação intelectual e afetiva das crianças – e o relacionamento favorece as habilidades socioemocionais. No século XXI, além de superantenados, os avós têm mais tempo, menos ansiedade, mais paciência e mais experiência do que os pais. Além de tudo, conviver com os netos é mais que uma experiência educacional: é um dos grandes prazeres da vida adulta.
E como nos comportamos em casa quando chegam os netos? Há quem mude toda a casa e a transforme num parque de diversões; por exemplo: os quartos, antes dos filhos, passam a ser exclusivamente dos netos; a sala, antes ambientada de forma a representar gostos e afetos e receber amigos, modifica-se para brincar com os netos.
Existem os avós que conseguem e querem fazer uma pequena adaptação e outros que mantêm o ambiente igual, mas, em todas as situações, o afeto é o mesmo. O mais comum é transformar um dos cômodos em quarto para os netos.
E a atmosfera lúdica e tranquila de um quarto de criança volta a refrescar a casa: papel de parede com motivos infantis, pouca cortina, cores claras, muita iluminação, ventilação natural e um berço ou uma caminha com proteção. Quando os netos crescem, mais uma mudança para um quarto de adolescente. Essa mudança em função dos netos traz bem-estar, alegria e muito conforto afetivo, com carrinhos e brinquedos espalhados pelo chão.
Perguntamos à decoradora Luiza Villela, mãe de quatro filhos e avó de oito netos, que ama receber, qual a mudança que sua casa sofreu com a chegada dos netos: ‘”Minha casa é ponto de encontro e referência para meus filhos e netos. Amo receber em casa e adoro casa arrumada, mas nada disso impediu que a minha casa girasse em torno da minha família, principalmente dos meus netos. É uma grande alegria e prazer recebê-los. Antigamente, a dinâmica das famílias era outra: existiam dois grupos distintos, os adultos e as crianças; os horários eram diferentes para jantar, almoçar, conversar etc. Hoje vivemos muito mais plurais e também mais próximos”.
E continua: “Abri mão de vários detalhes do meu cotidiano para acolher e conviver mais com meus netos e filhos, como escolher o canal da TV. Jantamos todos juntos na hora que as crianças comem etc. O importante para mim é participar e acolher. Os meus netos são prioridade, e eles sabem disso! Na decoração, mudei apenas os quartos para dar um conforto melhor, armário com roupas, lugar confortável para estudar e cores que eles gostam. Assim, demonstro a importância da presença deles. Minha casa é da minha família e não vou abrir mão dessa maravilhosa troca afetiva.”