Mesmo quando ficar em casa é o melhor programa do mundo e nos acolha no mais alto padrão de exigência e conforto, a maioria dos seres humanos são sociais, curiosos e nômades por natureza. Essas características fazem com que sair de casa, de bairro, de cidade e até mesmo de país e estar em contato com outras pessoas se tornem uma necessidade para o nosso desenvolvimento emocional e cognitivo.
Tornamo-nos mais produtivos e emocionalmente mais saudáveis com essa dinâmica, mas nem sempre isso está ligado a emoções fortes nem a grandes aventuras. Sair da nossa casa deve ser também uma experiência tranquila, calma e com o mesmo acolhimento. Até por isso, hoje em dia, restaurantes, lojas e escritórios se preocupam em reproduzir o ambiente de uma casa.
Os novos restaurantes parecem, por exemplo: uma sala de estar com sala de jantar, cozinhas abertas com revestimentos iguais aos de uma casa, decoração sem modismos, com uma pegada que transmite uma sensação conhecida… Gastronomia é uma experiência altamente sofisticada, cultural e um modo de vida.
Muitas vezes, nós nos reconhecemos pelo paladar, pelo que gostamos de comer e pelo nosso olhar estético vinculado a isso. Não é fácil a tarefa de montar um lugar que atraia diferentes públicos, principalmente para aqueles que sair de casa é praticamente uma missão impossível. Muita gente gosta do delivery e opta por ele. Sendo assim, escolher um lugar é uma experiência sensorial em que desde a música ambiente, a comida, os ruídos locais e até a cor da parede importam e devem agradar.
O clima deve estar de acordo com o humor do dia: para os animados, um lugar com música, gente, ambientação moderna e colorida; já para os tranquilos, acústica impecável, cores-pastel, ambientação atemporal e elegância no atendimento e na frequência.
Criar um restaurante é uma tarefa hercúlea e muito prazerosa também; afinal, um dos primeiro atos de amor é alimentar.
Falamos com Luís Felipe Borges de Vilhena, que vai abrir um restaurante em São Paulo, e vem de uma tradicional família carioca conhecida por saber receber como poucas no Brasil (é bisneto de João Borges, neto de Lucília Borges e filho de Cecilia Borges). Portanto, cresceu vendo sua família receber e cozinhar como poucas. Com a experiência do pai, o empresário Ricardo Vilhena, vai reunir os dois talentos. “Para mim, um restaurante é uma experiência sensorial — desde o auditivo ao degustativo, reflete o nosso momento emocional. Sempre gostei de misturar vários universos, unir pessoas e agregar. Com a maturidade, resolvi fazer desse prazer um negócio. Adoro São Paulo; sinto-me em casa na cidade. Pretendo levar o jeito carioca: descontraído, moderno, acolhedor e também sofisticado. Desejo reproduzir um ambiente com essas mesmas características, além de uma casa moderna e elegante. Sair de casa para ir ao meu restaurante, com certeza, será uma experiência carioca sofisticada em SP.”