Só falta colocar a placa “sujeito a overbooking” (o que acontece com frequência quando não se consegue embarcar no voo em que tinha reserva pelo número de passageiros), não em aeroporto, mas na porta de alguns teatros cariocas. Muitas vezes, dá confusão com o excesso de convites. Foi o que aconteceu nessa quarta-feira (07/09), na estreia de “Por Telefone”, no Teatro Vanucci, primeiro texto de Antônio Fagundes como autor teatral, escrito desde a década de 80.
Tudo correria bem se os convidados não passassem de 400, a capacidade do teatro. A certa altura, aqueles que não conseguiram entrar foram informados de que seus ingressos seriam transferidos para esta quinta-feira (08/09) ou para outra data qualquer. Muitos ficaram alterados e não aceitaram, alegando inúmeros empecilhos. Formou-se uma fila com mais de 50 pessoas, todas indignadas com a suspensão dos convites, o que criou um certo tumulto e atraiu passantes que não tinham nada a ver com isso. Segundo Bruno, funcionário da Barata Comunicação, empresa que assessora a peça, “as pessoas sabem que estão sujeitas a lotação, mas chegam em cima da hora”.
Voltando à peça – com Juliana Teixeira e Jandir Ferrari e direção de Luiz Arthur Nunes -, é uma comédia romântica sobre a história de um casal que é acordado, durante a noite, por um telefonema com a notícia de demissão do marido. Daí em diante, temas como a decadência da classe média e assuntos, ainda contemporâneos, como corrupção, desemprego e relações de trabalho, são abordados com muito humor. “O humor está presente em todo o texto, mas o que o torna engraçado é a própria situação patética de um casal de classe média, que sempre se omitiu e sempre esteve a favor do sistema e, de repente, percebe que esse sistema está contra ele”, conta Fagundes. Veja na Galeria alguns dos que conseguiram entrar…