A Mangueira não faz cena de ciúme, mas ele existe: a outra paixão do cantor e compositor Nelson Sargento (da Velha Guarda, presidente de Honra da Estação Primeira e baluarte da escola) é o bairro de Copacabana, onde ele morou por 25 anos e pra onde acaba de voltar, depois de dois anos e meio.
Com a vida cheia de altos e baixos, Sargento foi obrigado a se mudar em 2018, para a Tijuca, onde nasceu. Morria de saudades de Copa, onde tem muitos amigos. Sempre que circulava ali, parava um e outro para conversar, e os antigos vizinhos eram gentis — de um deles ganhou um piano.
Durante o período em que esteve longe, foi uma espécie de exílio. O artista sempre se queixava com a mulher, Evonete Belizário: “Quero voltar para Copacabana, sinto muita falta”. Ela moveu mundos e fundos e agora conseguiu trazê-lo para a beira-mar. E, ainda por cima, vacinado contra a covid-19. Ele está muito agradecido ao prefeito Eduardo Paes, que o convidou: “O Paes gosta do Rio e vai cuidar da nossa cidade. Estive com ele no dia da vacinação, mas era tanto repórter, que não tivemos tempo de nos falar direito. Vou escrever um bilhete a ele, agradecendo a vacina. Estou muito aliviado, mas continuo usando máscara”. E continua: “Desde março, estou em prisão domiciliar e já perdi muitos amigos”, diz com tristeza.