Enquanto tentamos imaginar o que vai acontecer com a falta de insumos na indústria e lidar com os atrasos nas entregas, o mercado da casa continua forte e aquecido, já que ficamos mais tempo dentro dela e porque o futuro é incerto e misterioso. Não sabemos, mas fato é que a nossa casa continua sendo nosso maior refúgio, onde temos segurança, privacidade e liberdade.
Esse privilégio e essa sensação de bem-estar deveriam ser iguais para todos, pois, hoje, vemos o quanto é importante cuidar de uma sociedade. A inteligência coletiva nos dias atuais está focada na casa; por isso, o mercado do setor, mesmo com alguns atrasos, tem crescido. Temos aprendido que não dá mais para planejar e vamos vivendo o momento.
A interatividade emocional está voltada para a memória de um lar feliz, bonito e confortável. Isso é o que nos transmite paz nos dias atuais, sem falar, claro, na casa próxima à natureza, cada vez mais valorizada.
Perguntamos a Eduardo Machado, diretor do CasaShopping, na Barra, sobre esse mercado, que cresce apesar das crises diante do cenário econômico e das produções industriais: “O mercado aumentou devido ao confinamento. Todos olharam para suas casas, e o que tinha pouca importância passou a ser necessidade básica. É claro que o impedimento de consumo em outras áreas, como viagens, restaurantes, festas etc., fez aumentar esse desejo. O que mais me impressiona, no entanto, é a capacidade da economia brasileira. Ninguém acreditava em uma volta tão rápida; com isso, a demanda ficou mais alta que a produção”.
E continua: “Esse crescimento segue em 30 a 40% em alguns setores, como o imobiliário, com muitos lançamentos de médio a alto padrão, e o setor automotivo acompanha esse crescimento. Enquanto a vacina não chegar, nada será como antes. mas não significa que a capacidade de transformação fique paralisada, porque estamos encontrando saídas. O pior é a política, sempre muito voltada para seus próprios interesses; no entanto sou otimista e não deixei de trabalhar um dia sequer. Aconselho cuidados, mas não paranoia. Temos que cuidar do homem como um todo, não apenas trancafiando-o dentro de casa; nem passarinho gosta de gaiola”.