Nunca imaginaríamos que a praticidade e a funcionalidade do mundo virtual nos transformariam em um produto – um produto estático e inalterável. Que decepção!
No entanto, como tudo tem seus dois lados, a Internet também tem incríveis vantagens ¯ uma delas é nos conectar para o bem e disponibilizar acesso a tantas informações importantes e positivas. As notícias falsas é que nos apavoram, cada vez mais, com um mundo tenso e polarizado.
Mas nada que não tenha solução. Temos essa maravilhosa capacidade de nos reinventar, de mudar o que não está dando certo, e isso o mundo virtual não esperava. Não somos um produto, nem somos estáticos à dinâmica da vida. Cada idade corresponde a um olhar, e assim moramos e vivemos de acordo com esse novo momento.
Em casa, notamos essas mudanças de forma mais concreta: uma cadeira nova, a cor nas paredes, quadros, objetos…. A vida online tem sido bem estressante para muitos já que os horários ficaram menos definidos com o home office, o que pode ser extremamente invasivo se não tivermos um local preparado para um isolamento mínimo.
Perguntamos a Marc Pottier, consultor e curador de arte, além de autor de livros e artigos, sobre adquirir arte neste momento tão virtual da nossa vida. “A Internet pode democratizar a arte: hoje podemos ver todos os museus do mundo, assim como suas exposições sem precisar viajar. Isso também fez com que muitas pessoas que se sentiam cerimoniosas em conhecer a arte, hoje, podem ver as exposições lindas em galerias espalhadas pelo mundo. Isso foi muito positivo! No entanto, claro, nada se compara a observar uma obra de arte ao vivo, sentir as pinceladas, as vibrações das cores, a textura, o material. A arte tem alma: quando olhamos olho no olho, ela nos conquista ou acontece exatamente o oposto. Acredito na junção desses dois mundos, o analógico e o digital. Tudo que vem para nos inspirar e para nos fazer o bem é maravilhoso. Temos que aprender a filtrar os dois: arte e Internet. O que é realmente bom fica”.