Eudes de Orléans e Bragança, cuja nobreza estava além de qualquer título, passou oito meses internado no Hospital Samaritano, em Botafogo. Não conheceu o coronavírus nem o que ele trouxe ao mundo — passou ao largo dessa grande mudança universal. O príncipe, que morreu nessa quinta (13/08), no Rio, aos 81 anos, não foi “apresentado” à Covid-19; certamente se livrou de grande desgosto, o que, para um homem como ele, pioraria ainda mais a dor pessoal.
Apaixonado pela vida e pelo golfe no mesmo grau, costumava viajar com a mulher, Mercedes (Neves da Rocha, de solteira), para Saint Andrews, na Escócia, com muita frequência, pelo apreço ao seu esporte preferido. Foi também assíduo no Gávea Golf Clube, em São Conrado, onde era personagem dos mais queridos. O bisneto da princesa Isabel e descendente direto dos imperadores Dom Pedro I e Dom Pedro II, além de Dom João VI, jamais passou despercebido entre os cariocas.
Leva consigo a classe, a elegância e a postura (itens raros ultimamente). Dos dois casamentos, Eudes teve seis filhos: dois do primeiro e quatro do atual, além de 11 netos. O enterro vai ser nesta sexta-feira, às 17h, no Cemitério São João Batista. Estamos falando de um personagem insubstituível na vida do Rio e do Brasil. É disso que se trata.
Homenagem da coluna a Eudes, em imagens de 2010 a 2017: