Os médicos brasileiros Renato e Miriam Monteiro, que estão em Atenas, passaram por maus bocados durante esta quarta-feira (29/06), quando as novas medidas econômicas para salvar o país foram votadas. Tudo começou no fim desta manhã, quando tentavam voltar de um passeio para o hotel, na praça de Omonoya, no centro da capital. Com várias ruas fechadas, o motorista do táxi avisou que não tinha como chegar ao destino. O jeito foi encarar o metrô.
À tarde, quando almoçavam no bairro de Tyssion, a refeição foi interrompida pelo corre-corre de transeuntes, o que levou comerciantes a fechar as portas. Refeição interrompida – mas, paga –, o jeito foi, de novo, procurar o metrô. No caminho da estação, chamou atenção a quantidade de jovens usando óculos de natação (para proteger os olhos do gás lacrimogêneo) e com os rostos besuntados de um creme branco que lembrava a nossa pasta d’água.
Na estação, enquanto esperavam, notaram que o campo de visão começava a ficar embaçado e os olhos de quem estava ao redor, marejados. Adivinhou quem pensou que o gás lacrimogêneo usado pela polícia invadia também os subterrâneos do metrô. De volta ao hotel, era comum ver hóspedes, que já tinham feito o check-out, frustrados ou irritados porque os táxis previamente agendados não conseguiam chegar. E mesmo que tivessem chegado, não teriam conseguido embarcar: vários voos para o Brasil foram cancelados.