Você, que é um dos brasileiros que não está aí crivado de dívidas tampouco com a reputação estraçalhada, deve estar sabendo que alguns bens do grupo ligado ao ex-governador Sérgio Cabral, apreendidos pela Operação Lava-Jato, vão a leilão mês que vem, dias 4 e 18 de julho, determinado pelo juiz Marcelo Bretas (7ª Vara Federal Criminal do Rio). Entre os destaques, estão uma lancha de Cabral, uma fazenda do operador financeiro Carlos Miranda e um Lamborghini do empresário Eike Batista.
Perguntamos a alguns cariocas notáveis se têm ou teriam interesse na compra de alguns desses bens. Eis as respostas:
Carlos Fernando Gomes de Almeida (cirurgião plástico): “Compraria, como compraria em qualquer lugar. Se existe algo errado na posse desses bens, não é da minha alçada, estaria comprando da Justiça, ou seja, mais oficial impossível. Quanto ao julgamento da situação toda, se eu quisesse julgar os outros, teria virado um membro do Judiciário, e não escolhido ser cirurgião plastico”.
Daniela Maia (empresária): “Não compraria. Acho que o que vem de lá não pode ter uma boa energia. Nem se tivesse todo dinheiro do mundo, compraria nada. E também não gosto de ostentação, ou seja, não tenho nem interesse em nada desse leilão. É não é só na moda que o menos é mais — em tudo na vida. Acho que, cada vez mais, a gente precisa de menos para ser feliz.”
João de Orleans e Bragança: (fotógrafo): “É muito bom ter esse dinheiro de volta aos cofres públicos. Além de eu não ter, não me interessa esse tipo de bem, mas quem comprar estará fazendo um favor ao País. Recentemente, foi bloqueado dinheiro de Emílio e Marcelo Odebrecht, o que significa um dos maiores avanços, já que acaba isso de a empresa quebrar, e o dono ficar milionário, acaba com essa imoralidade”.
Lenny Niemeyer (estilista): “Não compraria de maneira nenhuma! E nem me interessaria por nenhum valor de bem nenhum que fosse ligado a um momento tão difícil da política do nosso país. Não tenho nada contra quem compra, porque são pessoas que fazem esse tipo de negócio, mas pessoalmente não tenho interesse”.
Roberta do Rio (joalheira): “Se o último carro do mundo fosse o do Eike Batista, eu andaria ainda mais a pé. Se um barco estivesse entre os meus sonhos de consumo, não seria o do Cabral que teria o meu corpinho a bordo. Tratando-se de casa no campo, fazenda (tá aí um ponto fraco meu), Carlos Miranda que não me leve a mal, me restaria a antiga e velha moral que me preservaria de qualquer lapso de desejo.”
Zazá Piereck (empresária): “Não compraria. Vem com uma energia ruim – eu acredito muito nisso. Já passei adiante uma obra de arte valiosa porque eu não gostava da energia de quem me deu. Tenho uma bruxa que me avisa essas coisas.”