A pré-estreia de “Tunga, o esquecimento das paixões” está marcada para o dia 7 de maio, no MAM do Rio, lugar muito importante na vida do artista plástico, que morreu em 2016 e onde a cinemateca foi fundamental para a arte brasileira. O documentário nasceu de conversas entre o diretor Miguel de Almeida, Tunga e seu pai, Gerardo Melo Mourão, jornalista, escritor e poeta. Miguel recorreu a material de arquivo, de suas performances e a depoimentos de alguns de seus bons amigos, como Miguel Rio Brando e Cildo Meireles.
Além de registros das mostras mundo afora, da França aos Estados Unidos e, claro, os dois pavilhões, em Inhotim (Brumadinho), do qual ele foi um dos inspiradores. Tunga vai além-Brasil: é um dos artistas que conseguem ampliar sua obra além-território – não construiu sua arte calcada numa realidade geográfica, mas conceitual. As ideias, o planeta e o conhecimento foram seus cúmplices inspiradores. A voz do filme é de Marina Lima, espécie de alterego do artista no doc. O ‘esquecimento das paixões’, a citação, vem de Epicuro, filósofo romano, tutor de Nero e por ele condenado à morte, com as veias abertas ao sol. É uma alegoria à epifania greco-romana vivida por Gerardo e Tunga a partir de climas tropicais.