Evanildo Bechara, maior gramático do País, imortal da ABL, responsável pelo setor de lexicologia e lexicografia da Academia Brasileira de Letras, nunca havia sido tão assediado na vida, quanto nos últimos dias, quando todos da imprensa tinham urgência em saber se o título certo para uma mulher seria presidente ou presidenta, seguros que estavam da eleição de Dilma Rousseff no primeiro turno. O acadêmico, que é quem estabelece as normas da utilização oficial da Língua Portuguesa, esclarece que ambos estão certos e acrescenta que, do ponto de vista linguístico, pode-se usar, mas não há necessidade de empregar o “presidenta”. Informa ainda que a língua não expressa somente razões lógicas – expressa tambem razões éticas e sociais. Quando se fala presidenta, não se está apenas usando uma possibilidade do nosso idioma; está-se expressando consideração e carinho especial à mulher. Como Dilma não foi eleita, as ligações cessaram, pelo menos por enquanto.