Amizades fortes ultrapassam tudo. Um laço que não se desfaz. A distância, o tempo aumentam o afeto, mesmo com a ausência. E a alegria do reencontro. Continuar de onde se parou. Retomar. Mas e as diferenças, o que se perdeu de convívio? É essa dicotomia que está em “As Brasas, a partir da consagrada obra do escritor húngaro Sándor Márai.
As Brasas marca a estreia da consagrada autora de novelas Duca Rachid – autora conhecida por diversos sucessos na televisão brasileira – na dramaturgia teatral. Participam do texto Julio Fisher e do também diretor da montagem Pedro Brício. Herson Capri e Genézio de Barros vivem, respectivamente, Henrik e Konrad, protagonistas de uma história visceral de amor e amizade, marcada pelo rancor e o ressentimento.
Idealizador da montagem, o ator e produtor Felipe Lima já conhecia a obra de Márai quando foi convidado por Duca para participar do projeto e ficou encantado com a ideia de transpor para os palcos a história de Henrik e Konrad. “É uma história que fala de algo muito forte na minha vida: a relação de amor e de amizade. Por isso, esse livro me toca profundamente”.
É no balanço do que viveram, do que os separam, do que ficou, do que falta pontuado pela trilha musical Marcelo Alonso Neves e interpretada com doçura pela violoncelista Nana Carneiro da Cunha, que os embates vão crescendo, se acirrando, duelos imaginários que se transformam em choque real. As belas interpretações de Herson e Genézio dão o tom que a vida mesmo que partida é vida que segue, apesar de tudo.
SERVIÇO
Teatro das Artes
Quartas e Quintas às 20h
Sexta às 21h
Fotos: Caio Galluci