Monique Gardenberg tirou todo mundo do edredom na noite mais fria do ano – em Jacarepaguá, chegou a marcar 10º. Na Zona Sul, ali pelos 15, nem precisa dizer que todos estavam vestidos para esse “rigoroso-inverno-carioca”, que só quem é da cidade entende. Numa noite assim, ninguém sai no Rio (exceto para compromissos eróticos ou filmes da Monique – rs). Dez anos depois de “Ó paí, ó”, a diretora estreou “Paraíso Perdido”, no Kinoplex Leblon.
E começou o melodrama que acompanha a vida da excêntrica família de José (Erasmo Carlos). Incapaz de superar a perda da mulher, ele abandona a carreira acadêmica e abre a boate Paraíso Perdido – a música conduz a narrativa com baladas de Odair José, Márcio Greick, Gilliard, Reginaldo Rossi, Paulo Sérgio, Valdick Soriano e ainda Belchior, Raul Seixas, Chico Buarque e Roberto & Erasmo. “Eu queria fazer uma homenagem a esse gênero musical, que recebe pejorativamente a alcunha de ‘brega’ ao chegar no Sudeste e que enfrenta resistências da crítica da música brasileira, mas faz um grande sucesso popular e toca o coração do povo”, disse Monique, que contou com a parceria do cantor e compositor Zeca Baleiro na pesquisa e direção musical. O passo seguinte foi o ator e DJ Lúcio Mauro Filho com tudo numa mesa de som, no clube Manouche, no Jardim Botânico, esperando todos, com o melhor brega de raiz.