Vida, paixão, separação e morte andam juntas como se fossem notas e tempos de uma mesma sinfonia. Ainda estar apaixonado e, por receio da aprovação da família, esconder a verdadeira natureza, que pode transformar os relacionamentos em verdadeiras ficções. “Tom na Fazenda“, em cartaz no Teatro Leblon, transforma essas questões em um verdadeiro redemoinho de sentimentos controversos.
Obra do premiado autor canadense Michel Marc Bouchard, o projeto é idealizado por Armando Babaioff, que assina a tradução do texto e divide a cena com Ketzy Ecard, Gustavo Vaz e Camila Nhary. Com direção de Rodrigo Portella, é o espetáculo com mais indicações a prêmios entre os estreados em 2017.
No ano em que traduzi a peça, 347 pessoas foram assassinadas pelo simples fato de serem quem eram. O Brasil é o país que mais mata homossexuais no mundo, mais do que nos 13 países do Oriente e da África, onde há pena de morte aos LGBT. O que me fascina em ‘Tom na Fazenda’ é essa possibilidade de falar de assuntos que eu realmente acho necessário. Eu sinto essa necessidade de dizer ao mundo verdades em que acredito”, diz Babaioff.
O modus vivendi da fazenda – com o trato dos animais, o plantar e o colher – começa a ser o ritmo dos diálogos, das revelações e das perguntas dos dramas internos que se tornam externos. O luto torna-se uma nova vida. O que poderia ser enterrado torna-se insepulto. O espectro torna-se real. Assim como os animais e plantas, tudo deixa raízes. Esse é o movimento da fazenda. Esse é o movimento da vida.
Serviço:
Teatro Leblon
Quintas a sábados às 21h
Domingos às 19h.