Certamente, não passou pela cabeça de Sérgio Cabral nem por um lampejo de segundo que a menção ao fato de a família de Marcelo Bretas atuar no ramo de bijuterias pudesse sugerir uma ameaça ao juiz, vindo daí o pedido de transferência do ex-governador para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande.
Ali será outro mundo para Cabral, esse carioca, filho de intelectual, que sempre viveu na Zona Sul da cidade. E aí muda tudo: desde os equipamentos de segurança de última geração até os sotaques dos funcionários em volta – bem diferente. Outro carioca famoso já foi hóspede naquele endereço: Fernandinho Beira-Mar.
Vendo assim, pela TV, dá a impressão de que Sérgio Cabral ainda não caiu em si – é como se estivesse envolto numa certa vaguice. Talvez, nessa “nova casa”, sem nenhum tipo de generosidade em volta, Cabral caia um pouco em si, assumindo a responsabilidade de seus atos. Recomendam-se muitos livros, ali, das 24 horas do dia; 22 delas o preso fica sozinho. A data da transferência não foi divulgada “por questões de segurança”, mas pode ser a qualquer momento.