Se não fossem anunciadas as viagens de Marcelo Crivella, os cariocas poderiam continuar sem saber, já que ele jamais é visto em qualquer lugar; então, de certa forma, tanto faz em que país está. O prefeito sempre marca ausência em tudo que for do interesse da cidade. De tão sumido, por exemplo, da guerra da Rocinha (em seu primeiro capítulo, começado em 22 de setembro), onde só apareceu no quinto dia, e foi aquele constrangimento, sugerindo um “banho de loja” à favela, alguns acharam ser um sósia. Vai ver, está desavisado e confunde barulho de tiroteio com fogos de artifício. Nesta quinta-feira (12/10), o prefeito embarca para Dubai, nesse passaporte tão carimbado.
Já passou por Jerusalém (Israel), Orlando (Estados Unidos), em dezembro, Joanesburgo (África do Sul), Moscou (Rússia) e Roterdam (Holanda). Segundo sua assessoria, para tentar investimentos para o Rio. É a sexta viagem de Crivella desde a eleição no fim de outubro do ano passado, ou seja, em média, uma a cada dois meses. E se fosse sugerida uma viagem do prefeito à Avenida Brasil (talvez não possa – risco de assalto dia e noite); uma viagem à Floresta da Tijuca (talvez não possa – serve de refúgio para traficantes); uma viagem à Santa Teresa (talvez não possa – bandidos armados vivem à solta). Podemos entender as razões por que o prefeito foge da cidade: o Rio está mesmo muito perigoso!