O homem é um pecador. E dos maiores pecados: luxúria, inveja, rancor, ódio, vingança. Mas vive à procura da redenção: torna-se puritano, procura abafar os desejos, condenando-os e/ou vivendo em um ambiente sem qualquer chance de contato com sexo. Esse é o resumo do universo de Nelson Rodrigues. Esse é o mundo de Doroteia.
Rosamaria Murtinho, como Dona Flávia a parente repressora e Letícia Spiller, como Doroteia, a prostituta arrependida, reencenam a tragédia do mito do filho pródigo. A direção de de Jorge Farjalla. Introduz além do dinamismo, é um espetáculo de uma precisão contemporânea, com o cenário de José Dias e um acertado coro masculino.
“Sempre interpreto mulheres ricas e sofisticadas. Queria uma personagem que me desconstruísse completamente, e pedi isso ao Farjalla”, revela Rosamaria, que idealizou o projeto junto com o diretor, dentro das comemorações de seus 60 anos de carreira.
Alexia Deschamps, Dida Camero, Anna Machado e Jaqueline Farias completam o elenco da única peça totalmente feminina. O homem ou a figura masculina é representada por um jarro. Dorotéia volta à casa para encontrar redenção, carinho, apoio. Mas acaba por ter uma nova rota: é condenada, vilipendiada, pois paga por ter tido aquilo que as mulheres da casa jamais tiveram: amor.
Serviço
SESC Copacabana -Arena
Sexta e Sábado às 20h30
Domingo às 19hs