Muitos cariocas amam a árvore de Natal da Lagoa, como todo mundo sabe, mas nem todos ficaram “de luto” com a ausência da maior árvore de Natal flutuante do mundo (reconhecida pelo Guiness), que dava as caras ali, no espelho da Lagoa Rodrigo de Freitas, desde 1996. Alguns cariocas, principalmente aqueles que moram ou passam por ali, dizem-se bem felizes. Este ano, o Bradesco declinou dessa honraria, digamos assim. Veja o que pensam alguns que sempre se sentiram, de alguma modo, atingidos com a árvore:
Roberta Bibas (médica): “Há 20 anos, o trânsito da Lagoa é caótico! E sempre são os mesmos moradores que sofrem.. A árvore é linda, mas poderia ter um rodízio, não ser sempre na Lagoa. Trabalhar o dia inteiro e demorar mais de uma hora para voltar para casa todo dia, cansa…”
Marcos Motta, o Mavi (advogado): “Não temos motivo algum para celebrações coletivas. Zero. Por mim, acaba com o carnaval 2017, também. É como uma criança de castigo. Não foi bom menino? Não vai brincar na rua este mês.”
Bia Corrêa do Lago (jornalista e pesquisadora): “No mês com o pior trânsito do ano, colocar uma árvore de Natal chamativa no meio da Lagoa, atraindo milhares de curiosos para uma área já sempre engarrafada, é o pior presente para o carioca, especialmente o morador da Zona Sul.”
Maria Raquel Carvalho (socialite): “Essa árvore era um transtorno para o trânsito já caótico da Lagoa! Alívio total!”
Maria Kafuri (vendedora): “Não temos transporte para ter a árvore. Atrapalha a vida dos que moram longe, que nem conseguem ver seus filhos acordados quando chegam tarde em casa, e atrapalha a vida dos que moram perto, pois a Lagoa já tem muito trânsito, fica totalmente parada. Já tivemos muitos anos. Que fique na memória, ou bem longe!”
Felipe Candiota (editor): “Eu creio que já teve por muitos anos e tumultuou a vida dos moradores por muito tempo. Deveria ser, no máximo, uma semana, e pronto. Quem quisesse ver teria uma semana pra isso. Ficar vendo a mesma árvore todo dia, por mais de um mês, enche.”
Lucia Guanabara (marchand): “Moro na Lagoa, e minha vida ficava um inferno com essa árvore – trânsito enlouquecedor. Gostava da festa com os fogos, mas, com a grana que gastavam nisso, se a usassem para limpar a Lagoa, estaria muito mais bem empregada.”
Suzy Gentil (empresária): “Eu fico muito feliz em não ter árvore de Natal na Lagoa; piora muito o trânsito, e a sujeira que deixam é inacreditável. Se as pessoas fossem um mínimo civilizadas, ou o governo desse as condições de lixeiras ao longo do caminho, talvez isso não aconteceria. Eu saía para passear com o meu cachorro no dia seguinte, e era uma África.”