Passamos, sem perceber, grande parte de nossa vida num estado de automatismo e repetição, interno e externo.
A atração exercida pelo mundo que nos rodeia, a busca da sobrevivência, o enorme número de informações e repressões a que somos submetidos diariamente nos induz à perda de contato com a única coisa que realmente importa: nós mesmos.
É assustador esse estado de alienação total, que nos transforma em “robôs”, obedecendo a ordens, quase nunca questionadas, dos outros e do sistema.
– Quem sou?
Essa é uma pergunta que quando formulada, faz com que enganosamente nos respondamos baseados em impressões muitas vezes projetadas, ou fruto de julgamentos superficiais de outros sobre nós. Influenciados, acatamos essas opiniões sem questionar, satisfeitos ou não, e atuando inconscientemente de forma a confirmá-las.
Vejo a personalidade sendo formada pelos acontecimentos experienciados, pelos conceitos emitidos sobre nós durante a infância (por amigos, professores, familiares e principalmente pais) sendo absorvidos como verdades absolutas. Conceitos esses, muitas vezes contraditórios, desabonadores ou apenas frutos de expectativas sobre nossa atuação; outros ainda, mal interpretados pela cabecinha infantil.
Constantemente incentivados a imitarmos a mamãe e ao papai… E quem mais?
Pedaços colados de todas as pessoas que tinham alguma autoridade sobre nós.
Em determinado momento, olhamos para essa colcha de retalhos e vemos envergonhados um reflexo desfigurado: “Sou assim…”