O Brasil, por pouco, não foi bicampeão no Miss International Queen 2015, que aconteceu, nesta sexta-feira (06/11), na cidade de Pattaya, na Tailândia. O concurso é o equivalente, para as candidatas transexuais, ao Miss Universo, e deu o primeiro lugar à candidata das Filipinas, Trixie Maristela. A miss brasileira Valesca Dominik Ferraz ficou em segundo lugar; há dois anos, ganhamos o título com a paulista Marcela Ohio.
Para Majorie Marchi, coordenadora do centro de cidadania LGBT do Rio e preparadora de Valesca, esse segundo lugar foi bem difícil de ser conquistado. Ela diz que Valesca, que é negra e moradora de Citrolândia, periferia de Betim, sofreu ataques racistas e preconceituosos vindos de outras trans, depois de sua vitória no Miss T Brasil. “É claro que quando você derrota mais de 20 candidatas, matematicamente, a rejeição é inevitável, mas o que postaram no Facebook foi de uma violência horrível”, conta Majorie. “Escreveram coisas como ‘o Brasil não é a África para ser representado por um macaco’ e outros xingamentos que eu não quis apagar. A vergonha é de quem postou”.
Valesca é cabeleireira e, segundo Majorie, é muito bem aceita pela família, formada por mãe evangélica e quatro irmãos. “Esse é um dos motivos que a fazem tão doce e especial”, acrescenta. A cirurgia de mudança de sexo da mineira já está marcada: na Tailândia, em janeiro de 2016.