Michel Melamed é do tipo que pensa e executa, sem pedir licença pra ninguém e de maneira autodidata. Aos 39 anos, é poeta, diretor e autor de teatro, apresentador de TV e músico e mantém contas no Twitter, YouTube, Facebook, Flickr, Vimeo, um blog e um site – nem sempre atualizados.
O bom é que ele não se leva tanto a sério: no seu Facebook, por exemplo, escreveu, esta semana que “Um dia eu farei muito mais – hei de dizer quando esse dia chegar”. E anunciou seu epitáfio: “Refiz o que deu”. Michel vem se aprimorando, aqui e ali, desde os 15 anos, quando começou a escrever e participar das “Terças Poéticas”, na Faculdade da Cidade. Com os poetas Chacal e Guilherme Zarvos fundou o Centro de Experimentação Poética CEP 20.000.
Seu primeiro trabalho de repercussão no teatro foi a peça “Regurgitofagia”, de 2004, onde misturava teatro, humor e artes plásticas e quando levou muito choques – um equipamento chamado “pau de arara” transformava cada reação sonora da plateia em descargas elétricas sobre o corpo de Michel. Esse espetáculo foi apresentado também em Nova Iorque, Paris e Berlim. Para a TV, criou e apresentou o programa “Recorte Cultural”, na TVE Brasil. Como ator do mesmo veículo, se destacou na minissérie “Afinal, o que querem as mulheres?” e fez a série policial “A Teia”, em 2014. No ar no comercial de uma operadora de telefonia, Michel grava o programa #BipolarShow, com estreia prevista para este segundo semestre no Canal Brasil. Numa das entrevistas já gravadas, Michel oferece e toma Rivotril com a atriz Fernanda Paes Leme. É autêntico, inteligente e bem divertido – grandes valores na vida, não é? Leia sua entrevista – é curtinha, mas ‘pode não ser’….
UMA LOUCURA: “Ela.”
UMA ROUBADA: “Flor.”
UMA IDEIA FIXA: “Mudar.”
UM PORRE: “Ressaca.”
UMA FRUSTRAÇÃO: “Morrer.”
UM APAGÃO: “Feijoada.”
UMA SÍNDROME: “De ouvir o mundo”. Você está aguardando uma resposta ou precisa dar uma resposta e, andando na rua, pensando sobre a tal resposta, de repente olha para o sinal de trânsito e ele abre. Então a resposta é “sim.” Aí você fica confiante e surpreso com a decisão e, neste exato instante, olha para o outro lado e vê um outdoor com letras garrafais “Não!”. Então, “Não…” Já desesperançado, olha para o céu e as nuvens se acotovelando… “Talvez?” Em outras palavras, essa ciclotimia, ganhar o mundo na dentada ou só querer fluindo… – e, claro e então, a tão sonhada realidade e os seus 50.000 megatons de cada cor.”
UM MEDO: “Ignorância.”
UM DEFEITO: “Eduardo Cunha.”
UM DESPRAZER: “É todo meu.”
UM INSUCESSO: “Insucesso é o aborto não legalizado, as drogas criminalizadas, água da pia não ser potável… E, fundamentalmente, a desigualdade social.”
UM IMPULSO: “O limite.”
UMA PARANOIA: “Gostou das minhas respostas?”