Lindas mulheres. Homens deslumbrantes. Sexo, muito sexo. Música maravilhosa. Champanhe aos borbotões. Joias de fazer corar de inveja os mais ricos marajás. E talento de sobra. Essa era a cena do cinema e do teatro nas décadas de 20, 30, 40 e 50. E essa cena tinha a sua estrela máxima: Marlene Dietrich. Linda, charmosa, carismática, brilhou e apaixonou plateias, homens e mulheres. E esse quadro é reproduzido com total fidelidade em “Marlene Dietrich, as pernas do século”.
A peça conta a história da atriz (interpretada por Sylvia Bandeira) ao se encontrar com um jovem mensageiro (José Mauro Brant), a quem paga para ouvir suas histórias. A partir daí, Marciah Luna Cabral e Silvio Ferrari e o próprio José Mauro Brant revezam-se entre os múltiplos personagens com quem Marlene se defrontou na vida real. Amores, colegas de trabalho e parentes cantam as músicas e contracenam com Sylvia Bandeira.
“Quando a gente não é bonita, a vida não nos reserva uma cama cheia de pétalas de rosa. Mas quando se ama a música, quando alguém se dedica a ela com talento e perseverança, a vida torna-se bela, e a aparência não conta mais”, assim falava Marlene. E essa escolha pela música faz com que Aimar Labaki (texto) e William Pereira (direção e cenografia) optem por um roteiro de musical.
Ver Sylvia Bandeira reencenar com total categoria um dos maiores mitos da indústria cultural só nos faz lembrar que fazemos da vida o que queremos. Assim foi Marlene, que escolheu viver com total intensidade. Trancou-se em casa aos 75 anos, mas não abdicou de nada: manteve o prazer, a joie de vivre. Com total elegância.
Serviço:
Teatro Maison de France
Quintas e sextas: 19h30
Sábados: 20h
Domingos: 18h