Que maravilha a liberdade de não seguir tendência ou moda! Como já dizia o dramaturgo e jornalista Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra… Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar” (rsrsrsrs). Apesar de um certo exagero, a unanimidade, com certeza, é vulgar.
É ótima a sensação de usar aquilo que nos traz conforto e bem-estar mesmo sem estar na moda; aliás, a moda descaracteriza e despersonaliza. Escolher aquilo com que a pessoa se identifica é a verdadeira tendência.
Falamos com a relações-públicas Liège Monteiro, que já morou em Londres em sua época como modelo, e hoje mora numa linda cobertura cheia de lembranças e com muita personalidade. “Tenho orgulho de não seguir tendências porque detesto moda; sempre segui meus instintos. Comparo o modismo a um certo aprisionamento; hoje vejo a moda até mesmo na estética corporal, nos preenchimentos faciais que mudam as pessoas. Se você quiser ficar bem, recomendo uma plástica sem mudanças radicais; o resto é moda e pode virar um desastre. Minha casa segue as fases da minha vida. Acompanho as mudanças do mundo através da arte, esta sim, presente em volume dentro de casa, em todas as obras de amigos queridos com dedicatórias especiais e feitas especialmente para mim: Caribé, Hélio Oiticica, Mario Cravo, Ângela Cunha, Daniel Senise, Maurício Bentes, Marcos Duprat, Ricardo Campos…”
E continua: “Da época de Londres, tenho as fotos como modelo e vários cartazes e pôsteres autografados com dedicatórias especiais: uma dos Beatles do filme Lucy; do cineasta Carlos Saura, com quem trabalhei num lindo storyboard dos filmes ‘Goya’ e ‘Ibéria’; pôsteres de filmes de Jean Luc Godard e Alain Resnais com autógrafos carinhosos nos cartazes de filmes épicos desses incríveis cineastas. E também bilhetes carinhosos que viraram quadros e preenchem minha vida: do Zico, Pelé, Fidel Castro, e por aí vai. Minha casa tem dois andares e um terraço, todos diferentes. O primeiro andar é off white com sofás que eu amo e apenas troco os tecidos e reformo, porque não troco por nada, além da ambientação atemporal com móveis de família. O segundo é lilás, cor que me traz uma calma espiritual e com um sofá divertido cuja parte de trás tem o desenho do Morro da Urca – trabalhei por anos com Nelson Motta no Noites Cariocas, que acontecia na atração turística. O terraço é totalmente tropical, com palmeiras, muitas orquídeas e um laguinho com peixes. Cada espaço é diferente, pois vivo de forma diferente em cada um. Minha casa reflete minha vida, meu mundo e o meu olhar – uma homenagem a mim, a meus afetos e amigos. Aconselho a liberdade sem modismos!”