Quando nós, arquitetos e designers, ouvimos que mármore agora é “tendência”, achamos até divertido. O mármore sempre foi tendência, muito antes da era cristã — gregos e romanos conseguiram inacreditáveis belezas arquitetônicas, esculturas, utensílios e mobiliários; descobriram que esse material, além de relativamente fácil de ser moldado, apresentava resistência e uma beleza plástica única.
Os veios e cores dessa pedra nos encantam por séculos. Além da sofisticação visual, o produto tem a característica de absorver calor ou frio; na Europa, acumular calor era muito importante durante o inverno.
A utilização do mármore na Grécia Antiga foi intensa, mas foram os romanos que mudaram para sempre o seu uso — criaram preciosidades na arquitetura e nas esculturas, apresentaram ao mundo sua versatilidade, transformando-o no material mais completo da época.
Podemos dizer que, até hoje, não existe material mais elegante, resistente, funcional e prático que o mármore. Particularmente, no nosso escritório, somos apaixonadas pela pedra natural e a usamos sempre que o cliente entende que é um material único, diferente a cada corte, com marcas, e o desgaste dando todo o charme, além de poder ser usado bruto ou polido.
Existe uma infinidade de usos para os mármores: mesas, bancos, paredes, fachadas, colunas, tetos, portais, vasos, bandejas e muito mais.
Outra grande vantagem é o aspecto sustentável e ecológico, pois na extração é usada apenas água e o fio diamantado para o corte. A água excedente é totalmente absorvida pela natureza sem nenhum resíduo químico. Portanto, quando se fala em “tendência”, se vulgariza um material que existe antes mesmo da raça humana, usado muito antes da palavra, moda ou tendência de mercado.
Para falar sobre mármore, ninguém melhor do que Renata Malenza, dona da maior empresa de mármore da América Latina, uma das maiores do mundo, a Brasigran, que fica numa área de mais de 60 mil metros quadrados no polo industrial da Serra, município do Espírito Santo. Os granitos, mármores e quartzitos, dos clássicos aos exóticos e superexóticos, elevaram a empresa ao topo do mercado de rochas ornamentais brasileiras. Renata é formada em Jornalismo, especializada em Marketing, em São Paulo, mas resolveu voltar para Vitória (ES) e assumir a empresa da família, trabalhando com os melhores designers e arquitetos do mundo, entre eles, o prêmio Pritzker de Arquitetura Norman Foster. Para Renata, o mármore é uma pedra natural que já nasce sustentável, é versátil e aplicável a infinitas funções, desde revestimentos a utensílios. A extração na sua empresa é ecológica, sem usar nenhum produto químico, e a água é reaproveitável das chuvas e armazenada em tanques; o excedente é totalmente absorvido pela natureza. “Na fábrica, a emissão de carbono é mínima, e não existem chaminés para soltar ares nocivos na atmosfera. A utilização do mármore vem sendo aprimorada há séculos, e hoje dispomos de uma tecnologia supermoderna que proporciona lindíssimas soluções. Adoro materiais naturais, pois são uma surpresa a cada extração e corte. Cada peça possui uma beleza única. A pedra natural é linda, seja ela velha, desgastada, nova ou restaurada. Na minha casa, uso mármore em quase tudo — não sou o exemplo de ‘casa de ferreiro espeto de pau’. Adoro as marcas da minha mesa porque elas contam a história de maravilhosos momentos”.
E continua: “Comparo pedras naturais e seminaturais à seda e ao tecido sintético: a beleza não é a mesma nem o cuidado. A pedra natural requer um cuidado diferenciado. As pedras na minha empresa são totalmente aproveitáveis — das placas enormes até os resíduos. Mesmo as placas com tamanho não atraente, todas vão para o mercado; nada é descartado. Só trabalho com pedras brasileiras. Queremos sempre que a natureza trabalhe menos. Somos uma das maiores empresas de mármore do mundo e da maior pedreira da América Latina, a pedreira do Branco Itaúna. Temos obras em Dubai, Milão, Nova York etc. Somos conscientes sempre da nossa brasilidade, da preservação da natureza e da valorização do nosso patrimônio natural único”.