Musical tem regras: músicas incríveis, vozes impecáveis e que não gritam, figurinos maravilhosos, número de danças perfeito e interpretação convincente. E o que se vê, normalmente, no Rio, são cópias fracas dos famosos musicais de entretenimento. Pode-se mesmo dizer “tradutor traidor”.
No entanto, “Bob Esponja, o Musical” é impecável. Bob Esponja nasce em Chicago, e a versão brasileira, ainda que com figurinos, coreografia e interpretação diferenciados do original, consegue criar o clima da cidade Fenda do Biquíni com cores totalmente psicodélicas.
Primeiramente, destaca-se a representação tão convincente de um desenho animado bidimensional para formas humanas tridimensionais quanto a que vemos no conjunto do elenco brasileiro de Bob Esponja. Todos cantam, dançam, movem-se, posicionam-se de uma forma que só podem ser aplaudidos freneticamente. Não há caricatura alguma ou linguagem tatibitate nos figurinos lindos, próprios, coloridos, encantadores de Fábio Namatame e o visagismo de Feliciano Sanroman – combinam perfeitamente e descrevem com fácil reconhecimento dos personagens.
As canções fogem da fórmula fácil e repetitiva, pois são de autoria de grandes compositores: David Bowie, Cindy Lauper, John Legend, Steven Tyler e Joe Perry (do Aerosmith), Panic!At the Disco, The Flaming Lips e Sara Bareilles, dentre outros. Com isso, o time que a produtora Renata Abreu escolheu acertadamente – direção do experiente Gustavo Barchilon, direção musical inovadora de Laura Visconti na versão brasileira da talentosa Anna Toledo, iluminação de Maneco Quinderé, cenário de Natalia Lana – consegue ir além do Bob Esponja original.
Tudo é muito, mas muito bom, ainda mais por ser um musical dirigido a crianças – um acerto! Fui com uma “junta de críticos”: Vitória (13), Rosa (7) e Nuno (5). Vitória estreou no teatro pela porta da frente; Rosa dançou e cantou o tempo todo; e Nuno ficou olhando mesmerizado os dois atos. E essa é a melhor forma de crítica.
Serviço:
Cidade das Artes, Barra, até este domingo (16/07)
Sábado, às 16h, e domingo, às 17h.